NATURAL
Antes que a chuva passe e que a secura de dias mornos queiram dar o ar da graça, quero aqui fazer um manifesto de amor, destes bem tolos, que beiram à pieguice. Sei que dizem por aí que vivo a falar de passarinhos, cajueiros e biscoitos fritos. Realmente, se a vida ainda faz sentido é porque essas coisas existem. Não faz mal que me chamem de pueril, dado a crueza de dias difíceis. Disseram que só mesmo um sujeito como eu para encontrar sorrisos nestes tempos duros. Senti uma pitada de crueldade no comentário, mas, sem me abater, disse que bastaria cuidar do coração, não apenas com fármacos para insuficiência cardíaca, mas com remédios tão simples quanto um abraço que cabe tanta gente, um beijo com devotada paixão, um cafuné que, de tão bom, chega arrepiar.
Lido com essas coisas com certa naturalidade e até me fazem rir, ajudam a alegrar meus dias. É preciso que ainda haja gente que saia por aí esparramando sementes de fé e que peguem nos queixos das pessoas cabisbaixas, dizendo que a cabeça em pé permite olhar para o céu, para o horizonte, para o porvir com esperança.
Canto uma canção de amor que venha carregada dos melhores sentimentos, sem os ranços da autopiedade, nem de sofrimentos vazios. Uma canção que fale de fé, de esperança, de superação, de caminhos. Que eu consiga sufocar minhas invejas para poder olhar a alegria do outro sem qualquer tipo de tristezinha que venha incomodar ou causar mal-estar.
Tão natural quanto a água que corre em meio às pedras, vamos seguindo, contornando os leitos para chegarmos ao mar, nosso destino. Enquanto isso, que nossas águas saciem as sedes, irriguem a terra, banhem as gentes.
É isso aí!
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