CAJUEIRO
Lá em Natal tem
um cajueiro famoso. Com 8.500 metros quadrados de copa, num emaranhado de
galhos e cipós, o cajueiro está registrado no Guinness Book como o
maior do mundo. Na época da safra, de setembro a dezembro, os visitantes
podem saborear a fruta enquanto dão voltas pela árvore gigante. No fundo
de casa também tem um pé de caju. Não nasceu por força de minhas mãos. Algum
passarinho generoso deixou cair uma castanha e ali germinou. Ele foi crescendo.
Hoje frondoso, faz sombra gostosa que refresca o ambiente. Engraçado que nunca
frutificou. Vêm as flores, começam a aparecer os frutos, mas algo acontece que
não vingam. Esse ano recomendaram jogar um defensivo. Assim, fizemos. Vamos ver
no que vai dar. Parece que dará certo. Tomara! Faremos suco, doce, degustaremos
os frutos.
Pensando bem, não
posso ser injusto com o cajueiro. Já cumpre um papel bastante bonito. Em seu
tronco, dependuramos onze orquídeas, um vaso de kalanchue, uma planta que não
sei o nome e um bebedouro para beija-flores. Sob sua sombra, outro tanto de
orquídeas e algumas outras plantas bem formosas. Ali, encontraram o ambiente
ideal. Três orquídeas floridas, alguns antúrios vermelhos e quatro beija-flores
enfeitam meus fins de tarde. Um banco de madeira é o meu trono, onde descanso o
corpo cansado da labuta diária.
As folhas que
tenho de apanhar quase que diariamente não sujam o chão. Permitem-me o
exercício que lubrifica as juntas, faz escorrer o suor, libera as toxinas de
tempos extenuantes. Meu cajueiro é simples, silencioso, nem deu frutos ainda e
faz tanta diferença. Ele vai longe. Verei meus netos sob sua sombra e os farei
gargalhar, rolando na grama fofa de meu quintal. Queiram os anjos que consiga
chegar até lá.
É isso aí!
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