CAJUEIRO

11:20 José Luiz 0 Comments




Lá em Natal tem um cajueiro famoso. Com 8.500 metros quadrados de copa, num emaranhado de galhos e cipós, o cajueiro está registrado no Guinness Book como o maior do mundo. Na época da safra, de setembro a dezembro, os visitantes podem saborear a fruta enquanto dão voltas pela árvore gigante. No fundo de casa também tem um pé de caju. Não nasceu por força de minhas mãos. Algum passarinho generoso deixou cair uma castanha e ali germinou. Ele foi crescendo. Hoje frondoso, faz sombra gostosa que refresca o ambiente. Engraçado que nunca frutificou. Vêm as flores, começam a aparecer os frutos, mas algo acontece que não vingam. Esse ano recomendaram jogar um defensivo. Assim, fizemos. Vamos ver no que vai dar. Parece que dará certo. Tomara! Faremos suco, doce, degustaremos os frutos.

Pensando bem, não posso ser injusto com o cajueiro. Já cumpre um papel bastante bonito. Em seu tronco, dependuramos onze orquídeas, um vaso de kalanchue, uma planta que não sei o nome e um bebedouro para beija-flores. Sob sua sombra, outro tanto de orquídeas e algumas outras plantas bem formosas. Ali, encontraram o ambiente ideal. Três orquídeas floridas, alguns antúrios vermelhos e quatro beija-flores enfeitam meus fins de tarde. Um banco de madeira é o meu trono, onde descanso o corpo cansado da labuta diária.

As folhas que tenho de apanhar quase que diariamente não sujam o chão. Permitem-me o exercício que lubrifica as juntas, faz escorrer o suor, libera as toxinas de tempos extenuantes. Meu cajueiro é simples, silencioso, nem deu frutos ainda e faz tanta diferença. Ele vai longe. Verei meus netos sob sua sombra e os farei gargalhar, rolando na grama fofa de meu quintal. Queiram os anjos que consiga chegar até lá.

É isso aí!

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