CRUZ CREDO
Senhores da
verdade se locomovem por todo canto. Mal cuidam das próprias vidas, mas são
especialistas em tudo. As mãos, sempre repletas de pedras, prontas para alvejar
a mira mais próxima. Dedo em riste, apontam defeitos e aconchegam-se sobre seus
rabos grossos e macios como se fossem os heróis da pátria, prontos a salvar a
humanidade. Defeitos alheios estão aí para serem escancarados; virtudes, essas
não importam tanto. “Defeitos, se os tenho, desconheço.”
Umbigos que
saltam às vistas, egos inflados feito balões que uma hora queimarão. Sabedores
de todas as soluções do mundo, apresentam-se como detentores de fórmulas
capazes de revolucionar a história, menos a histórias das próprias vidas, que
geralmente são cercadas de problemas relacionais, financeiros, psíquicos ou
coisas piores.
Não vivo à
busca de gente omissa, que deixe de dizer o que pensa. Até, porque pessoas
assim costumam ser medrosas e escondem personalidades dúbias. Gosto mesmo é de
pessoas autênticas, que sabem se posicionar frente qualquer situação, inclusive
de conflito, que não se escondem atrás de presenças mais fortes. Mas, que fazem
uso da verdade com bom senso e temperança, sem alterações na voz e no tom,
preocupadas em colaborar, em cooperar.
Pior é quando o
jardineiro aponta o dedo para o céu e insistem em enxergar apenas o dedo,
destacando o pouquinho de terra que ainda permanece na unha. Triste sina de
quem privilegia o mau agouro, de quem faz parceria com a amargura e o
ressentimento. Como diriam os antigos, “cruz credo de gente assim”.
É isso aí!
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