CRUZ CREDO

11:10 José Luiz 0 Comments





Senhores da verdade se locomovem por todo canto. Mal cuidam das próprias vidas, mas são especialistas em tudo. As mãos, sempre repletas de pedras, prontas para alvejar a mira mais próxima. Dedo em riste, apontam defeitos e aconchegam-se sobre seus rabos grossos e macios como se fossem os heróis da pátria, prontos a salvar a humanidade. Defeitos alheios estão aí para serem escancarados; virtudes, essas não importam tanto. “Defeitos, se os tenho, desconheço.”


Umbigos que saltam às vistas, egos inflados feito balões que uma hora queimarão. Sabedores de todas as soluções do mundo, apresentam-se como detentores de fórmulas capazes de revolucionar a história, menos a histórias das próprias vidas, que geralmente são cercadas de problemas relacionais, financeiros, psíquicos ou coisas piores.


Não vivo à busca de gente omissa, que deixe de dizer o que pensa. Até, porque pessoas assim costumam ser medrosas e escondem personalidades dúbias. Gosto mesmo é de pessoas autênticas, que sabem se posicionar frente qualquer situação, inclusive de conflito, que não se escondem atrás de presenças mais fortes. Mas, que fazem uso da verdade com bom senso e temperança, sem alterações na voz e no tom, preocupadas em colaborar, em cooperar.


Pior é quando o jardineiro aponta o dedo para o céu e insistem em enxergar apenas o dedo, destacando o pouquinho de terra que ainda permanece na unha. Triste sina de quem privilegia o mau agouro, de quem faz parceria com a amargura e o ressentimento. Como diriam os antigos, “cruz credo de gente assim”.


É isso aí!

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