RAIVA
“Alguma
coisa acontece no meu coração...” O coração fervilha, a mente vira um turbilhão
e extravasamos. Nos momentos em que a emoção dispara é que surgem os sintomas e
deixamos vir à tona quem realmente somos. Na raiva ou na alegria extrema,
nossos cérebros ditam os comandos mais absurdos. Nessas horas, cometemos os
maiores, melhores ou piores disparates.
Imagine uma
mesa coberta de polvilho. Dou um tapa na mesa e todo o pó se levanta. É preciso
tempo e paciência para que os minúsculos grãos voltem a se assentar, a se
acomodar. Assim é nosso cérebro, as atividades neuronais ficam absurdamente
conturbadas em momentos de violenta emoção e é preciso tempo para o retorno à
normalidade, para que possa se apascentar a mente. Com exceção dos
psiquicamente alterados, feito os psicopatas, que agem premeditadamente, muitas
ações destemperadas e, posteriormente, causas de arrependimento, são levadas a
efeito em momentos assim.
Na
convivência, alguém precisa ceder. Raiva é igual bocejo ou quando se observa
alguém chupando limão; é espontânea a repetição ou sentir a sensação do outro. A
raiva contamina. Num ato rápido, somos abraçados quando vitimados por ela.
Costumamos agir com reciprocidade, devolvendo raiva a quem tem raiva. Isso é
péssimo.
Combinar com
as pessoas com quem mais convive, acertar os ponteiros, é uma forma salutar de
aceitação e entendimento. Quando menos merecemos é quando mais precisamos de
acolhimento e perdão. Saber entender os rompantes do outro, compreender que
todos somos passíveis desses estouros. É certo que o tempo tem de amenizar
essas nossas personalidades hostis, guerreiras além da conta. Raiva provoca
dor. Quem sente, também é vitima da dor. Faz mal, incomoda, traz efeitos
psicossomáticos terríveis, adoece.
Agressividade
é coisa inerente ao ser humano. Ela nos impele à busca de novos horizontes, não
nos permite acomodar. Que a nossa agressividade seja canalizada para a produção
de boas coisas. E que a raiva deixe de ser corriqueira para ir se tornando
esporádica, quiçá uma raridade.
É isso aí!
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