RAIVA

14:20 José Luiz 0 Comments






“Alguma coisa acontece no meu coração...” O coração fervilha, a mente vira um turbilhão e extravasamos. Nos momentos em que a emoção dispara é que surgem os sintomas e deixamos vir à tona quem realmente somos. Na raiva ou na alegria extrema, nossos cérebros ditam os comandos mais absurdos. Nessas horas, cometemos os maiores, melhores ou piores disparates.


Imagine uma mesa coberta de polvilho. Dou um tapa na mesa e todo o pó se levanta. É preciso tempo e paciência para que os minúsculos grãos voltem a se assentar, a se acomodar. Assim é nosso cérebro, as atividades neuronais ficam absurdamente conturbadas em momentos de violenta emoção e é preciso tempo para o retorno à normalidade, para que possa se apascentar a mente. Com exceção dos psiquicamente alterados, feito os psicopatas, que agem premeditadamente, muitas ações destemperadas e, posteriormente, causas de arrependimento, são levadas a efeito em momentos assim.


Na convivência, alguém precisa ceder. Raiva é igual bocejo ou quando se observa alguém chupando limão; é espontânea a repetição ou sentir a sensação do outro. A raiva contamina. Num ato rápido, somos abraçados quando vitimados por ela. Costumamos agir com reciprocidade, devolvendo raiva a quem tem raiva. Isso é péssimo.


Combinar com as pessoas com quem mais convive, acertar os ponteiros, é uma forma salutar de aceitação e entendimento. Quando menos merecemos é quando mais precisamos de acolhimento e perdão. Saber entender os rompantes do outro, compreender que todos somos passíveis desses estouros. É certo que o tempo tem de amenizar essas nossas personalidades hostis, guerreiras além da conta. Raiva provoca dor. Quem sente, também é vitima da dor. Faz mal, incomoda, traz efeitos psicossomáticos terríveis, adoece.


Agressividade é coisa inerente ao ser humano. Ela nos impele à busca de novos horizontes, não nos permite acomodar. Que a nossa agressividade seja canalizada para a produção de boas coisas. E que a raiva deixe de ser corriqueira para ir se tornando esporádica, quiçá uma raridade.


É isso aí!


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