Zé Luiz
Que o tempo sorria...
Quase ninguém
tem tempo. Corremos para cima e para baixo de forma ininterrupta. Corremos
contra o tempo. Temos compromissos e obrigações pela manhã, à tarde e depois
que o sol se põe. Hoje, quase não tive tempo. O dia voou. Ocupamos nossos dias
de forma tão sôfrega e intensa para que no porvir, enfim, possamos ter tempo. O
que espero, na melhor das esperanças, é que quando tiver tempo, ainda dê tempo.
Tem hora que a
vasilha parece querer entornar. Chega a beijar a beirada, mas logo vem algo que
faz com que as forças sejam recuperadas e as boas energias voltem a fluir. As
tarefas são tantas. É um prazer tê-las. Louvo a Deus por tê-las. Ai de mim, se
não existissem. Fazem de mim o homem que sou.
Ainda quero
mais. Quero inventar melhores tarefas. Quero brincar de tarefar, de criar novos
caminhos, de cantar novas canções. Quero poder até inventar novos verbos, em
neologismos que pululam em minha mente que se deleita em desafios e arrojos.
Não serei homem
de posses. Minha riqueza é imensa, mas não tem brilho de ouro, tem brilho de
olhos. E que o tempo seja generoso, mesmo que passe bem rápido, que voe como
cabem aos momentos bons. Que eu possa colar um sorriso no rosto até no último
de meus dias. Mesmo na dor, que ele, o sorriso, não desgrude de mim; seja
perene, seja sereno.
O mundo gira
sem parar. Nesses rodopios incessantes, as rugas chegam, os cabelos ficam
prateados, quando não rareiam. Tudo vai ganhando outras formas, outros
contornos. Que eu permita que a mudança também chegue até minha alma. E que
venha feito brisa, sem maiores arroubos, nem ventos impiedosos, tornando-me um
sujeito com menores defeitos.
É isso aí!
0 comentários:
Postar um comentário