Zé Luiz

14:16 José Luiz 0 Comments


Questão de Tempo

Tudo é questão de tempo. As coisas vão passar. O que é de ruim, o que é de bom. Um dia some tudo. Nada é para a eternidade. A finitude é a única certeza cristalizada que paira em nossas parcas existências. O homem que se acha pleno de poder vai esbarrar uma dia na pequenez do que é ser humano. Na doença, na dor, percebemos que somos quase nada e que, se somos algo, é na interdependência, na necessidade que temos um do outro.

Quantas vezes não ouvimos alguém dizendo “eu não dependo de ninguém”. Ledo engano de quem não tem ciência de seu tamanho perante o firmamento. A brevidade da vida nos ensina a tomar tento, a ter consciência de que a vida passa rápido demais. Eu outrora um menino correndo pelos quintais cheios de mexeriqueiras e tomando banho de chuva, hoje um quase cinquentão com os cabelos prateando e já sentindo o peso dos anos. Apesar de ter vigor para tocar adiante o que me cabe conduzir já não tenho a energia dos anos de juventude. Quando se chega ao segundo tempo, faz-se necessário rever os conceitos, repensar os métodos, usufruir com mais qualidade o tempo que resta.

Irão lembrar-se de nós e dedicar algumas visitas ao cemitério em dias especiais os filhos, talvez os netos, nunca os bisnetos. Então, existimos na memória dos que ficam até a segunda geração que segue. Aí, diante dessa constatação, é bobagem viver a desperdiçar os dias com mágoas, picuinhas, raivas infrutíferas. Condenar o futuro à prisão de nossos ressentimos é apequenar-se ainda mais. Quero mais é viver a tolice de tentar ser feliz, permanecer na loucura de quem acredita que vale a pena alegrar-se com os menores eventos.

É isso aí!

0 comentários: