Zé Luiz
TEMPO PASSARINHO
Para dizer a
verdade, quero que minha vida passe rápido, mas bem rápido mesmo. Dias longos,
horas pesadas, é sinônimo de que as coisas não vão bem e que a tristeza faz
guarida onde não deveria nem chegar perto. O tempo é de fato relativo. Um
minuto frente ao micro-ondas, aguardando para esquentar o leite, demora demais
para passar. Uma semana de férias, num lugar paradisíaco, ao lado de quem a
gente ama, faz o tempo passarinho do
tanto que voa.
Diante disso,
tomei uma decisão categórica: quero que minha vida seja feito águia, que voe e
bem alto. Que meu dia passe rápido, como cabem a todos os dias bons. Ilusão
tola querer driblar o tempo, ficar quietinho, para que demore chegar aquilo que
não queremos enfrentar. É pior... vai fazer doer esse tempo de espera e as
pessoas que nos cercam nos terão pelas metades, pelos cantos. Definitivamente,
elas não merecem o pior de nós. Que os gemidos baixinhos que exalam de nós
sejam de prazer, nunca de lamentações e sofrimentos. Certo que haverá tristezas
a nos tocar, tem lágrimas que não podem ser cercadas. Deixe-as cair também,
refrigeram a alma, limpam a mente, desanuviam as emoções.
Vida sem graça
essa que não tem tropeços. O bom de viver é a surpresa, o suspense, o
desconhecido que se aproxima todo dia que vinga, o inusitado que está por
chegar. Ninguém tem certeza de nada. Futuro é música a ser composta, é quadro a
ser pintado, é jogo a ser jogado. Uma existência “normal” não pode ser normal.
Já disse e repito, meus dias deveriam vir repletos de nuvens negras, posto que
nuvens brancas não chovem.
É isso aí!
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