Zé Luiz
OUVIR
Nem sempre
silenciar traz o significado da humildade. Silêncio, às vezes, representa a
omissão ou a incapacidade de se posicionar perante a vida. Precisamos nos postar
frente a tudo que nos pede uma atitude altiva e confiante. Não somos vaquinhas de
presépio que acatam tudo e se acomodam com as imposições alheias. Se aceitamos
o cumprimento de alguma ordem ou ordenação é porque nossa inteligência
emancipada diz que é o melhor caminho. No entanto, levantar a voz não é
sinônimo de esbravejamento ou gritaria. Levantar a voz é fazer-se ouvir e ser
compreendido. Aos berros, o máximo que consigo é assustar quem ouve e causar a
pior das impressões. Ser verdadeiro, sincero, dispensa a falta de educação e a
ausência de bons modos. É possível assim proceder sem alterações impetuosas e
desproporcionais.
Não é
necessário brigar com o mundo porque não aceito as condições vigentes, nem me
adapto ao status quo. Minhas verdades
nem sempre são tão prioritárias tal qual imagino; nem sequer prevalecem sobre
as demais “verdades”. Desenvolver o hábito do ouvir mais, ponderar mais, tentar
apreender mais o que o outro tem a dizer faz parte da construção de meios bastante
eficazes da boa convivência, o que é uma arte. E que nosso discurso possua
verossimilhança com nossa prática. Se assim não o for, a incoerência fará parte
da trajetória que pretendemos percorrer. Definitivamente, isso não pode nos
pertencer!
No afã de
manifestar nossas convicções com tanta veemência corremos o risco de atropelar
o que nos interpela. Encontrar o ponto certo, o tom certo, a medida certa é um
exercício de aprimoramento, do lapidar de nossas personalidades, de achar o
ponto de equilíbrio, o que nunca é fácil. Tenho me esforçado.
É isso aí!
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