Zé Luiz

15:51 José Luiz 0 Comments


PAI
      
Dia dos Pais é uma data marcada pela emoção, pela lágrima que teima em querer cair, pelas lembranças que ocupam lugar na mente uma missão tão bonita. Acredito que essa comoção particular se dê pelo fato de ter o privilégio de ser pai, mais ainda pela graça de poder ter pai. As manifestações do valor do pai e da mãe não podem se limitar a um único dia, mas por toda uma vida as congratulações mereceriam ser feitas; nem deveríamos ficar postergando o abraço que pode ser dado hoje. Ele, o abraço, é urgente, é para ontem.
Meu pai é um senhor desses que não entrega os pontos. Beirando os oitenta, fica cheio de planos, de vontade de realizar, de construir. Uma mente pulsante que aprecia a política, chegado numa boa conversa, que despeja gotas de sabedoria em cada frase, apesar da rudeza de algumas expressões, o que me leva a pedir calma em algumas horas. É um guerreiro que combate sempre o bom combate. Gosta do “gostinho ruim” de ainda ter obrigações a cumprir, dívidas a pagar. É meu companheiro, meu amigo confidente, meu herói na discrição de um homem simples, forjado nas agruras e dificuldades, de quem soube superar tudo, levando os filhos a ser gente.
Perdão, pai, pelos cabelos brancos que fiz surgir e pelas rugas que fiz aumentar no seu rosto cansado. Perdão, pai, pelas palavras rudes em momentos impensados na explosão da insensatez da juventude. Perdão pelas lágrimas que derramou por mim, muitas vezes escondidas, que me ensinaram a ser mais humano. Obrigado, pai, por fazer-me forte quando o que mais queria era o conforto do seu abraço.
Obrigado, pai, por ser presença constante na minha vida clareando meus caminhos, acalmando-me a alma. Pai, agora, enquanto tenho tempo para tal, agradeço pelas mãos serenas e firmes que sempre me conduziram pelo caminho do bem. Agradeço as reprimendas, pois me fizeram abrir os olhos quando insistia em ter razão apesar de quase nunca tê-la. Obrigado, pai, por jamais ter desistido deste filho e de todos os outros. Obrigado pelos conselhos que um dia considerei tolos e hoje são para mim lições de vida que residem no canto mais valioso de minhas memórias. Obrigado, pai, por me fazer enxergar valor no respeito, no amor ao próximo, na família. Feliz vida de pai!
É isso aí!

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