Zé Luiz
O SER ÉTICO
O ser ético
não nasce pronto. A ética é algo que se aprende na convivência. A ética é tão
forte no modelo, que às vezes dispensa a palavra. A ética depende do contexto,
do período histórico, dos conceitos religiosos e de outros tantos fatores. O
que é considerado eticamente aceito em determinada civilização, em outra pode
ser visto com olhos tortos. Aqui é inadmissível que se coma carne de cachorro,
posto que se trata de um animal de estimação, mas aceita-se tranquilamente os
confinamentos de bovinos e outros animais para abate. Na índia, a vaca é
sagrada. Ai de quem se arvorar a sacrificá-la, nem que seja para matar a fome.
O
cristianismo apresenta, assim como a maioria das religiões, um preceito básico
da ética: “ame ao próximo como a si mesmo”. Se seguirmos a lógica do “olho por
olho...” daqui a pouco está todo mundo sem olho. Faça ao outro aquilo que
deseja que faça para você. Essa postura proativa é a base de toda boa conduta
relacional. Geralmente, agimos diferente. Esperamos a ação para promovermos a reação.
Ficamos na espreita de qualquer atitude para um eventual revide, seja positivo
ou não.
Ética se
aprende no diálogo, no aconselhamento, mas principalmente na observação e na
reprodução do que foi memorizado. Digo aos filhos, categoricamente, que mentir
é feio, que Deus condena e tudo o mais. Na primeira oportunidade, sem perceber,
desfaço todo o discurso com uma prática, no mínimo, paradoxal, para não dizer demagógica.
O telefone toca, digo ao filho, caso seja o cobrador, para dizer que não estou
em casa. O que fica, de fato, marcado: o conselho ou o exemplo?
Aquilo que não posso contar, não devo
praticar, pois “tudo posso, mas nem tudo me convém”. Essa conversa vai longe. É
tema para tantos outros ensaios. Quem sabe, outro dia voltamos a tocar no assunto.
É isso aí!
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