Zé Luiz
COPA
Acabou. Foi uma
grande festa. Trinta e dois dias de muito encanto provocado pela magia do futebol.
As pessoas chegam a ficar anestesiadas, quase alucinadas, entorpecidas. O
assunto foi um só. Copa pra lá, copa pra cá. Quiseram comparar o time com a
nação, esquecendo-se de vitórias passadas. Reduziram o discurso a um tal de “país
da malandragem que perdeu para os responsáveis e sérios”. Malandro que se preza
não leva de sete e cai de quatro. Na verdade, os alemães é que incorporaram o
perfil de brasileiro, travestindo-se da alegria costumeira de nossa gente, sem
perder a noção do que é planejamento e disciplina. Mesmo o maior dos otimistas
germânicos, não preveria um final tão exitoso.
Os alemães fizeram da copa um fator
de exposição positiva de seu país. Foi uma estratégia de estado. Usaram o
esporte como uma arma decisiva na propagação de uma excelente imagem. Fizeram
da estada no Brasil um processo de aproximação e desmitificação de um conceito
com relação àquele povo. Fizeram tudo certo, desde a escolha do local de
hospedagem - no ponto de chegada dos portugueses no Brasil, até o contato com
os índios. Saíram daqui campeões em tudo, especialmente em simpatia.
Fica, sim, a
lição aprendida de que organização e planejamento colaboram com o sucesso.
Porém, o talento, a criatividade e o poder de improvisação são potenciais
elementos que colaboram também no resultado positivo, e que não devem ser
descartados. Se assim não o fora, não seriamos penta. Se assim não o fora, o
jovem Götze, aos cento e dezessete minutos de jogo, não teria a habilidade de
dominar a bola no peito e, sem deixar cair, bater de esquerda para o gol
argentino, como um protótipo de futebolista brasileiro. Com vinte e dois anos,
cravou seu lugar na história do futebol, após ter entrado aos quarenta e dois
minutos do segundo tempo. É o poder do acaso, do inusitado, que faz do futebol
um esporte apaixonante e imprevisível. Fez-se justiça, venceu o melhor. Aquele
que soube conciliar o talento com um planejamento executado à risca.
É isso aí!
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