Zé Luiz

16:26 José Luiz 0 Comments



COPA


Acabou. Foi uma grande festa. Trinta e dois dias de muito encanto provocado pela magia do futebol. As pessoas chegam a ficar anestesiadas, quase alucinadas, entorpecidas. O assunto foi um só. Copa pra lá, copa pra cá. Quiseram comparar o time com a nação, esquecendo-se de vitórias passadas. Reduziram o discurso a um tal de “país da malandragem que perdeu para os responsáveis e sérios”. Malandro que se preza não leva de sete e cai de quatro. Na verdade, os alemães é que incorporaram o perfil de brasileiro, travestindo-se da alegria costumeira de nossa gente, sem perder a noção do que é planejamento e disciplina. Mesmo o maior dos otimistas germânicos, não preveria um final tão exitoso.
Os alemães fizeram da copa um fator de exposição positiva de seu país. Foi uma estratégia de estado. Usaram o esporte como uma arma decisiva na propagação de uma excelente imagem. Fizeram da estada no Brasil um processo de aproximação e desmitificação de um conceito com relação àquele povo. Fizeram tudo certo, desde a escolha do local de hospedagem - no ponto de chegada dos portugueses no Brasil, até o contato com os índios. Saíram daqui campeões em tudo, especialmente em simpatia.
Fica, sim, a lição aprendida de que organização e planejamento colaboram com o sucesso. Porém, o talento, a criatividade e o poder de improvisação são potenciais elementos que colaboram também no resultado positivo, e que não devem ser descartados. Se assim não o fora, não seriamos penta. Se assim não o fora, o jovem Götze, aos cento e dezessete minutos de jogo, não teria a habilidade de dominar a bola no peito e, sem deixar cair, bater de esquerda para o gol argentino, como um protótipo de futebolista brasileiro. Com vinte e dois anos, cravou seu lugar na história do futebol, após ter entrado aos quarenta e dois minutos do segundo tempo. É o poder do acaso, do inusitado, que faz do futebol um esporte apaixonante e imprevisível. Fez-se justiça, venceu o melhor. Aquele que soube conciliar o talento com um planejamento executado à risca.

É isso aí!

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