Zé Luiz

21:30 José Luiz 0 Comments



MINHA ALDEIA

Basta se distanciar uns parcos dias de casa para sentir o quanto ela nos é querida e a falta que nos faz. Nada como deitar o corpo cansado na cama que acolhe e entende seu jeito todo peculiar, a ponto de ter acomodado sua silhueta nos contornos do surrado colchão. O café preparado com amor, despedir-se antes de ir para o trabalho, desejar um bom dia com a certeza de se reencontrar no fim do mesmo. Os cantos favoritos da casa, o prato predileto, o programa de tv que nunca perde, os livros na estante, os arroubos da adolescência da filha amada, a saudade do filho longe, os sorrisos da amada e até os gatos que sujam os muros compõem um quadro pintado nas minúcias para dizer que temos lar.
Podemos correr o mundo, conhecer ambientes deslumbrantes e requintados, mas nada supera a boniteza de nossa aldeia. “O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia, mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.” O poeta retrata com singeleza e precisão o valor de nosso canto. Ali, até a grama é mais verde e o pássaro vem cantar mais bonito. O valor dessas coisas está no que representam para nossas vidas. Não há fortuna maior, não há moeda que pague. A saudade é mestre que ensina o valor do reencontro, do perdão, do afeto.
Quero que minha presença seja perene junto aos meus. Mesmo que a distância vá nos separar, por força da dinâmica da vida e que os filhos precisam tomar seus próprios rumos, que nossas ligas não cedam e os laços ganhem força. Apreço ao lar significa amor à família. Amamos nossas casas porque simbolizam a presença dos entes amados. A fricção e os contatos que ali surgem dão sentido a tudo o que o que vivemos e para que viemos; criam energia para prosseguir, para nunca desistir.
É isso aí! 

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