Zé Luiz
MESTRES EM TUDO
Impressiona
como algumas pessoas julgam-se sabedoras de tudo, especialistas do além, munidas
de uma inteligência sobrenatural capaz de dotá-las de conhecimento amplo e
irrestrito sobre toda matéria da vida. O mestre Paulo Freire disse que “ninguém
ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós
ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre.” Diante de tal assertiva
contundente e oportuna, conclui-se que é ousadia demais querer ser detentor do
saber em todo e qualquer assunto. Tem hora que é melhor se calar do que querer
impor seus pensamentos, muitas vezes rasos, sobre determinado tema. E quando
não conseguir controlar o ego, fazê-lo de maneira que compreenda que outros também
pensam e, mais, podem pensar diferente. É a lógica do contraditório, a
temperança do entendimento de que pessoas pensam e agem de forma desigual.
Ninguém é clone de ninguém.
Gosto de dar
meus pitacos de vez em quando, mas evito palpitar em tudo, especialmente
naquilo que minha cultura está distante do domínio em alguma área específica.
Sob o risco de emitir opiniões infundadas, procuro ser precavido e parcimonioso
no envolvimento em certas discussões. Não é omissão, nem fuga, mas sim o
exercício do direito de me abster algumas horas para não parecer ridículo, nem
pedante. Tem hora que é melhor parar para aprender, do que continuamente querer
usar o tom professoral e se atrever a dar lição sempre.
Para perceber
nossa pequenez cultural basta entrar na menor das bibliotecas e verificar que sabemos
pouco diante da vastidão do que representa o conhecimento produzido ao longo da
história. É questão de sensatez.
É isso aí!
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