Zé Luiz
SINGULARIDADES
Tem quem aposta
no “quanto pior melhor” para se dar bem em alguma circunstância ou para,
simplesmente, ganhar visibilidade. É triste esta opção de viver feito ave de
rapina, esperando sempre que haja cheiro de podre no ar para tirar proveito. Quem
vive assim fica a procurar o lado ruim das coisas. Insistem em pregar o
negativo, são amantes da obscuridade, comprometidos com o que supostamente
entendem como malfazejo. Podem visitar o maior e melhor dos palácios que
procurarão pequenos defeitos que transformarão em aviltantes riscos para a
construção, mesmo que seja apenas uma maçaneta com alguma falha, ou um vidro
trincado na janela. Irão dar maior valor ao menor dos problemas, em detrimento
da beleza da obra, da singularidade da arquitetura, não importando o bem que
ela provoque. Estão sempre a serviço da difamação e da injúria. Fazem amizade
com o mau agouro e desprezam os bons presságios.
Há uma máxima
popular que afirma que tudo na vida tem seu lado bom, pena que alguns nunca
queiram enxergam esta verdade, a não ser em si próprios. Sentem-se heróis
imbatíveis, esquecendo-se muitas vezes de seus frágeis telhados de vidro. Dizem
que as roupas no varal do vizinho estão sujas, mas esquecem de limpar sua
vidraça que faz sua visão de mundo amarelada, embaçada. Por mais que aponte
para o firmamento, insistirão em enxergar apenas o dedo, em detrimento da
beleza das estrelas, e ainda darão ênfase a algum defeito que, por ventura, seu
dedo carregar. Se não tiver defeito, dão logo um jeito de inventar.
As críticas,
quando bem intencionadas, são sempre válidas, pois nos fazem enxergar um viés
diferente, permite corrigir rotas, aprimorar os planos. Mas, com todo respeito,
haveremos de convir que se tornar escravo delas não é uma atividade muito
salutar. Prefiro, ainda, aqueles que edificam e não se deixam tombar pelos
percalços; admiro aqueles que evitam passar suas vidas em brancas nuvens, por
vezes nem tão brancas. Enfim... sua vida, seu legado.
É isso aí!
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