Zé Luiz
Meio
sem voz...
Amanheci quase sem voz. Jejum de voz, contenção de opiniões
faladas; economia no falar, exercício do ouvir. Para quem usa muito a voz como
ferramenta de trabalho e como meio de inserir-se no mundo, ficar afônico deixa a
gente meio apreensivo, pertinho de desesperado, para ser mais claro. Estou
quase tendo de escrever para ser compreendido. Chega a dar fadiga querer falar
e a voz teimar em não sair. Fazer o quê? Como diriam alguns amigos: “faz
parte”. Pelo menos, vou dar sossego aos que dizem que virei sócio das rádios. Sequer
poderei cantar por esses dias: sorte dos familiares que aturam minhas audições
caseiras.
Não é a primeira vez. Como alérgico, de vem em sempre, essas
crises se atrevem a me acometer. Pode parecer pilhéria, mas já ministrei aulas,
inúmeras vezes, completamente rouco e sem força na voz. Se bem que hoje está
mais fácil. Os recursos midiáticos colaboram muito com os mestres dos novos
tempos. Nada que um datashow e uns
bons acenos não possam resolver.
Por ser caxias, não gosto de me ausentar do trabalho. Então peço
paciência àqueles que têm de conviver comigo assim meio sem voz. Pior seria se
não pudesse ouvir, nem ver, nem andar. Na verdade, sou mesmo um privilegiado. A
voz volta logo. É só tentar permanecer em silêncio mais um tempinho, tomar uns
comprimidos, chupar umas pastilhas, apreciar o chá com folha de laranja adoçado
com mel feito pela patroa, evitar o sereno... Ufa!
É isso aí!
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