Zé Luiz

11:35 José Luiz 0 Comments


JARDIM
 
Rubem Alves, no alto de seu sábio poder contemplativo, observava que o jardineiro veio antes do jardim. Portanto, não existe jardim sem jardineiro. Um bom jardineiro, aliado à natureza, fará com que as flores vicejem logo. Já um jardim, sozinho, solitário, por mais frondoso, perecerá sem as mãos afáveis e habilidosas do jardineiro. O jardineiro é aquele que carrega a alma e os sonhos cheios de jardins. Que espécie de jardineiro quero ser?
Há uma brevidade, um lampejo de existência, que me diz que é preciso correr, mas correr com calma, com a temperança do maratonista, não com a sofreguidão do velocista. Parado é que não posso ficar. Na caminhada, é possível esparramar sementes, preparar a terra, embelezar o mundo com os sonhos povoados de jardins. Há quem prefira a seca, a guerra, a desesperança. Observando a maravilhosa obra de Portinari “Guerra e Paz”, pude perceber a dor, a agrura e os sofrimentos de quem vive em estado de guerra. Por outro lado, na busca pela paz, aquieta-se o espírito, acalmam-se as dores, aplacam-se as iras causadoras da morte, faz-se jardineiro.
Pai, mãe, professor, todas as gentes, encham as mãos de terra, deixem as unhas encharcadas pela fertilidade do húmus, cuidem das plantas, façam a poda no tempo certo, façam parceria com o sol, a lua, a chuva, o chão para poderem cumprir suas sinas de jardineiro que querem tão somente produzir o bem, fecundar a paz, colher felicidade.
É isso aí!

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