Zé Luiz

10:56 José Luiz 0 Comments



ESPERA


Quero antes a alegria dos supostamente tolos, dos que riem sem motivo aparente, num semblante incolor. Prefiro os gritos das crianças às lamúrias dos adultos. Prefiro a revolução pacífica de Gandhi às incursões genocidas de Hitler. Escolho viver entre os que têm fé e esperança àqueles que pelejam nas agruras do desânimo. Coisa de quem almeja a utopia, de quem ainda insiste em acreditar.

Nos pés da muda de flor joga-se estrume para que viceje breve. A planta metaboliza o dejeto e converte em beleza. O homem, na sua intrépida posição de supremacia, transforma o que desferem de negativo em presságios ainda piores. Destruidor-mor do planeta, o homem vai difundindo seus agouros como verdades absolutas, pregando a violência como meio de se conseguir o intento; prega a dor como forma de obtenção da cura. E assim, segue o paradoxo em movimento.

Alimento em mim um desejo de ver colorido o planeta, de ver a água limpa, de sentir o ar puro, de degustar o doce sabor da manga que chega todo mês de outubro, de enxergar a boniteza em simplesmente viver, por mais dura que seja a empreitada. A mãe que espreita o olhar do filho enquanto dá-lhe de mamar é a imagem cristalina da espera por um mundo melhor. Só essa perspectiva dá sentido a esse gesto sem igual. Sigo, assim, carregando esse otimismo que alguns rotulam de ingênuo, mas que me ajuda a viver, a sobreviver.

É isso aí!

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