José Luiz

16:54 José Luiz 0 Comments




Despertar

Uma criança no colo da mãe. Ao invés da tradicional chupeta, a mãozinha na boca. Aquela doce menina parecia não ter mais que três meses de vida. A mulher a acalentava no colo com a doçura que só as mães possuem, fazendo de seus braços um aconchego para que o bebê pudesse dormir o mais tranquilo dos sonos. Naquele momento sublime, ao admirar a cena, fiquei a imaginar um mundo em que essa criança realmente pudesse dormir sossegada, sem ter seu sono perturbado. Inspiro-me livremente em Drummond que desejou preparar uma canção que pudesse despertar os homens, abrir suas consciências, para assim acalentar as crianças, adormecê-las pacificamente.
Vi essa cena em uma creche. Era gente bem simples. No simples reside o belo, o magnífico. O Criador é extremamente simples, complexa é a sua criação. Entretanto, no emaranhado de tudo, cada detalhe é feito com surpreendente simplicidade. Vivo a acreditar na utopia. A utopia é coisa boa de ser perseguida. Mesmo distante, ela é a esperança de tempos melhores. O melhor, de repente, nem é a conquista, mas a perseverança tenaz em atingi-la. A tenacidade e o desejo é que nos movem. É no caminho que se faz a história, não no seu fim. 
Ali, naquele ato divino, um encantamento remetia à ideia de que poderiam ser cessadas as bombas, despejada pelo esgoto a sujeira da humanidade corrompida. Ali, a vida fluiu de maneira mais lenta, suave até. Se os homens tomassem pé da sua responsabilidade com relação às crianças, talvez conseguissem enxergar o mundo que estão dando de presente ao futuro. Fariam mais e melhor para que o direito à vida digna fosse garantido, para que nossos meninos e meninos fossem de fato crianças, sem verem suas inocências maculadas, nem seus sonhos destroçados. 
É isso aí!

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