José Luiz

09:21 José Luiz 0 Comments



FARDO


Apesar de às vezes não parecer, sou muito brincalhão. Meus alunos e meus filhos me conhecem melhor que ninguém. Aluno conhece professor na palma da mão, assim como os filhos conhecem os pais. E vice-versa. Fiz uma brincadeira e minha menina, no alto de seus impávidos treze anos, corrigiu-me alertando que não deveria ser tão irreverente. Parei, pensei e disse que, pelo contrário, ela que, muito jovem, deveria ter mais leveza na sua relação com o mundo e que não deveria levar tudo tão a sério. Não queria ali incentivá-la a uma falta de responsabilidade zombeteira, mas sim que pudesse travar um contato mais delicado com as coisas e as pessoas. Se há problemas, eles são nossos e não tem como fugir, porém o jeito que lidamos com eles é que vai estabelecer o peso da carga que irei carregar. Eu sou responsável por definir o tamanho do fardo.

Uma pessoa comentou outro dia que estava passando por mil problemas, com doenças na família e outros mais e que não estava suportando. Perdão pela ousadia, mas não há família sem doença, não há agrupamento familiar dotado apenas de alvissareiras boas notícias. Essa pessoa não detém o poder da exclusividade. As notícias alternam entre boas e más o tempo todo. O que muda é o jeito de enfrentar o problema.

Busco assumir meus desafios com solidez e coragem. Dedico-me com afinco nas tarefas que me são incumbidas, porém procuro não me “pré-ocupar” tanto. Gosto das boas risadas, do clima de amizade, da diversão sem escárnio, do sorriso fácil. Viver se torna uma roda gigante, sobe e desce constantemente. Por ser roda gigante, é pura diversão, medos e sustos. É vida na essência.

É isso aí!

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