José Luiz
FARDO
Apesar de às
vezes não parecer, sou muito brincalhão. Meus alunos e meus filhos me conhecem
melhor que ninguém. Aluno conhece professor na palma da mão, assim como os
filhos conhecem os pais. E vice-versa. Fiz uma brincadeira e minha menina, no
alto de seus impávidos treze anos, corrigiu-me alertando que não deveria ser
tão irreverente. Parei, pensei e disse que, pelo contrário, ela que, muito
jovem, deveria ter mais leveza na sua relação com o mundo e que não deveria
levar tudo tão a sério. Não queria ali incentivá-la a uma falta de
responsabilidade zombeteira, mas sim que pudesse travar um contato mais
delicado com as coisas e as pessoas. Se há problemas, eles são nossos e não tem
como fugir, porém o jeito que lidamos com eles é que vai estabelecer o peso da
carga que irei carregar. Eu sou responsável por definir o tamanho do fardo.
Uma pessoa
comentou outro dia que estava passando por mil problemas, com doenças na
família e outros mais e que não estava suportando. Perdão pela ousadia, mas não
há família sem doença, não há agrupamento familiar dotado apenas de
alvissareiras boas notícias. Essa pessoa não detém o poder da exclusividade. As
notícias alternam entre boas e más o tempo todo. O que muda é o jeito de
enfrentar o problema.
Busco assumir
meus desafios com solidez e coragem. Dedico-me com afinco nas tarefas que me
são incumbidas, porém procuro não me “pré-ocupar” tanto. Gosto das boas
risadas, do clima de amizade, da diversão sem escárnio, do sorriso fácil. Viver
se torna uma roda gigante, sobe e desce constantemente. Por ser roda gigante, é
pura diversão, medos e sustos. É vida na essência.
É isso aí!
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