José Luiz

16:20 José Luiz 0 Comments




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        Faz mais barulho uma árvore caindo do que uma floresta toda crescendo. Tem muito peso as coisas negativas. Achamos difícil tecer elogios e esparramar os bons presságios, mas encontramos uma facilidade enorme para a acusação, para a desconfiança, para dar publicidade aos fatos negativos. Acreditamos em tudo o que nos chega e, não raras vezes, colaboramos na difusão da má notícia, sem sequer nos preocupar em apurar a veracidade dos fatos. A notícia é tão quente que sentimos necessidade de jogar aos quatro ventos. Aí, incorremos nos riscos da injustiça, da difamação, de colaborarmos na desconstrução de imagens construídas à custa de muito labor e suor.
        Não posso, nem tenho o direito, de agir como um abutre à caça de coisas pútridas para apreciar e dividir com mais abutres ainda. Que minha boca seja promotora da paz, nunca da desfaçatez e injúrias que só fazem mal. Tem histórias que viram lendas, mesmo mentirosas. Por mais que tentemos desmitificar os fatos, mostrar a verdade, fazemos questão de acreditar na versão que interessa. Para quem não quer crer que o homem foi à lua, não adianta argumentar, com toda a propriedade possível, mostrando o avanço da ciência, pois a teima vai persistir e vão continuar a apregoar a descrença.
        Na nossa mente deveria existir um filtro entre o cérebro e a boca para que as palavras viessem já refletidas, matutadas, e prontas a abrir caminhos. Deixemos que muitas coisas ruins morram ao chegar na gente. Não demos vazão àquilo que nada acrescentará às vidas alheias, muito menos às nossas próprias.
        É isso aí!

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