José Luiz
FILTRO
Faz mais barulho uma árvore caindo do que uma floresta toda
crescendo. Tem muito peso as coisas negativas. Achamos difícil tecer elogios e
esparramar os bons presságios, mas encontramos uma facilidade enorme para a
acusação, para a desconfiança, para dar publicidade aos fatos negativos.
Acreditamos em tudo o que nos chega e, não raras vezes, colaboramos na difusão
da má notícia, sem sequer nos preocupar em apurar a veracidade dos fatos. A
notícia é tão quente que sentimos necessidade de jogar aos quatro ventos. Aí,
incorremos nos riscos da injustiça, da difamação, de colaborarmos na desconstrução
de imagens construídas à custa de muito labor e suor.
Não posso, nem tenho o direito, de agir como um abutre à caça
de coisas pútridas para apreciar e dividir com mais abutres ainda. Que minha
boca seja promotora da paz, nunca da desfaçatez e injúrias que só fazem mal.
Tem histórias que viram lendas, mesmo mentirosas. Por mais que tentemos
desmitificar os fatos, mostrar a verdade, fazemos questão de acreditar na
versão que interessa. Para quem não quer crer que o homem foi à lua, não
adianta argumentar, com toda a propriedade possível, mostrando o avanço da
ciência, pois a teima vai persistir e vão continuar a apregoar a descrença.
Na nossa mente deveria existir um filtro entre o cérebro e a
boca para que as palavras viessem já refletidas, matutadas, e prontas a abrir
caminhos. Deixemos que muitas coisas ruins morram ao chegar na gente. Não demos
vazão àquilo que nada acrescentará às vidas alheias, muito menos às nossas
próprias.
É isso aí!
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