José Luiz
GESTÃO
ESCOLAR EFICIENTE (3)
Conforme nosso combinado, queridos leitores,
encerro hoje a série de três artigos que tratam da condução do processo
democrático a ser estabelecido nos ambientes educacionais. Por mais complexa
que seja essa interação, é preciso compreender que devemos trabalhar a
aceitação da diversidade, da riqueza das novas ideias, do frescor de relações
construídas no respeito e na fricção que faz oxigenar as sociedades. Água
parada produz lodo e é ambiente propício para a proliferação de insetos que
provocam doença. Traçando um paralelo, escola também não permanecer estagnada,
com gestor sentado em trono lúgubre, escorado em uma gestão insossa,
homogeneizadora e incolor, distante das boas sugestões advindas das famílias.
Todos devem ofertar suas contribuições: alunos, pais, servidores têm também o
dever de colaborar na gestão. O favorecimento dessa participação implica no
surgimento de novas ideias, novas perspectivas, novos olhares.
Jamil Cury, contribui dizendo que “gestão
provém do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere e significa: levar sobre si,
carregar, chamar a si, executar, exercer, gerar. Trata-se de algo que implica o
sujeito. Isto pode ser visto em um dos substantivos derivado deste verbo.
Trata-se de gestatio, ou seja, gestação, isto é, o ato pelo qual se traz em si
e dentro de si algo novo, diferente: um novo ente. Ora, o termo gestão tem sua
raiz etimológica em ger que significa fazer brotar, germinar, fazer nascer. Da
mesma raiz provêm os termos genitora, genitor, gérmen.” Assim, percebe-se a
riqueza do gestar.
Romper com a cultura da submissão é
desafio para o gestor nesses novos tempos. Alunos passivos e omissos poderão se
tornar cidadãos com postura similar, alienados, sem iniciativas de interromper
ciclos de miséria e aceitação da realidade imposta, sem engajamento social, sem
a possibilidade de colaborar na transformação da sociedade: fim maior da
escola.
Escola deve ser filtro da sociedade,
levando ao aluno o conhecimento edificado pela humanidade ao longo da história,
valorizando a cultura local e incentivando a descoberta de novas produções
humanas, sem que isso caracterize a formatação de preconceitos e entraves.
Fomentar a mensagem positiva das boas obras, em detrimento das propostas
controversas de algumas produções que vislumbrem apenas a erotização precoce,
exaltação do consumismo, banalização da violência, incentivo velado ao consumo
de bebidas alcoólicas. Tudo isso pode ser construído a partir da conquista das
famílias para a efetivação desses propósitos.
Devemos incentivar o potencial da
oralidade, dando voz aos anseios da família, trazendo-as também para a
responsabilidade de zelar pelo bom funcionamento da instituição. Extrair as
famílias da timidez oral para uma postura de proatividade e interesse é tarefa
do gestor. O gestor necessita desenvolver estratégias que levem à exploração do
potencial da comunidade. Enfim, todos têm a capacidade de gestar (produzir,
preparar, esperança de vida nova), pois essa condição é inerente ao ser humano.
Gestamos o tempo todo nossas vidas. Viver é um ato gestor: cuidar da própria
existência e dos seus é uma forma singular de administrar, gerir, exercer o
comando com responsabilidade.
É isso aí!
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