José Luiz

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HUMILDE E SERENO

Humildade não é sinônimo de subserviência, submissão, servidão. Pelo contrário, humildade é um estado de espírito que eleva o ser a um estágio de quase superioridade. Saber ouvir, saber calar, saber falar. Pensar antes de agir, refletir antes de proferir palavras malogradas que só fazem ferir. Os humildes preferem silenciar quando a maioria teima em bradar altos gritos. Os humildes perdoam sem, de vez em quando, recorrer aos ranços da mágoa que insiste em permanecer arraigada, feito sanguessuga. Perdoam e esquecem. Quando lembram, lembram sem raiva. Não guardam ressentimento, pois sabem bem que sentir de novo só aumenta a dor e faz ressurgir o que deveria estar enterrado.
O humilde sabe compreender até os que não o amam. Compreende que o problema não está morando dentro dele, mas sim no coração de quem perde tempo em “não gostar dos outros”, simplesmente porque os outros são diferentes. Dizem que os humildes são ingênuos, tolos que vivem a acreditar no semelhante; que têm memória curta e que não deveriam ficar sublimando as situações, amenizando os defeitos alheios; que são pueris otimistas que vivem à mercê dos desejos alheios.
Tola conclusão dos que não conhecem de fato o coração dos humildes. Na verdade, sabem tirar o melhor da vida, conseguem se enxergar e encontrar seus defeitos, tão humanos quanto qualquer outro. Não fazem disso um sofrimento – reconhecer-se falho. Aprenderam que a riqueza do existir está justamente nas diferenças gritantes, pulsantes, vívidas. É sereno, sem ser omisso. O humilde é um poeta, mesmo sem pretensão. Faz versos na forma de viver, de conviver, de ser.
É isso aí!

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