José Luiz

11:31 José Luiz 0 Comments

“Tanquilo?”

A efemeridade do sucesso dos chamados fenômenos da internet é algo espantoso. “Luíza voltou do Canadá’ e ninguém mais se lembra dela, tudo ficou “tanquilo” e as coisas caminham normalmente “para nossa alegria”. Não sei se pelo acúmulo de informações, ou pela ansiedade das novas gerações que querem tudo muito rápido, as notícias e factóides surgidos na rede mundial de computadores se esvaem como vento em poucos dias, às vezes horas.

Na vida real, as coisas são mais duradouras. Persistimos na ávida missão de conquistar coisas perenes, daquelas difíceis de serem desfeitas. Espera-se que um romance dure uma vida, que tenhamos residência fixa, que nossos amigos sejam para sempre. Desejamos tudo isso muito ardentemente, apesar da dificuldade de se apossar destes benefícios.

Aqui na Net, as pessoas são mais sôfregas, impacientes, e repartem suas alegrias – e mazelas – com o mundo, por vezes, esquecendo-se dos riscos que advém dessa exposição exagerada. Postam imagens da família, do carro, da casa, do cachorro, de tudo. No mundo tangível, palpável, temos menos pressa, somos menos afoitos, mais cuidadosos e discretos (acredita-se), ou seja, tentamos segurar a barra, mesmo que tenha hora que isso não seja muito possível.

De tão encharcados pelo mundo virtual, como se fora numa sociedade Matrix, temos a impressão e, não raramente, as sensações de que tem hora que tudo está vinculado a um grande sistema. Corremos o risco de confundirmos um pouco as coisas. Lá fora, temos pele, olhar, cheiro, sentimos frio e calor, podemos ser tocados. É lá que, de fato, que as coisas acontecem. A rede é voraz. Que consigamos nos equilibrar, sem fazer da virtude um vício.

É isso aí!

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