José Luiz
Tragédias são terríveis, avassaladoras, deixam um rastro de destruição, sofrimento e lágrimas. Vejam as enchentes, os desabamentos, as mortes provocadas pelas fortes chuvas que abatem Minas. Todos os noticiários dão início às suas edições com imagens que cortam até o coração do mais insensível. Não há jeito de não compartilhar da aflição daquela gente sofrida, que chora a perda de pessoas queridas que se foram, levadas pelas águas ou soterradas pelos barrancos dos morros. Apesar de tanta agonia, convenhamos: quase sempre as tragédias deixam também um livro extenso - escrito muitas vezes pela tinta da dor - que traz em seu bojo lições para toda uma vida.
Uma mãe estava agarrada ao galho de uma árvore, junto com as filhas e o marido por horas, esperando a água baixar, quando, no esvaziar de todas as forças, o homem não suportando mais, deixa-se levar pela correnteza. A mãe, depois de ser socorrida junto com as crianças, pedia encarecidamente, munida pelas últimas esperanças que seu corpo cansado ainda suportava carregar, que encontrassem seu amado que havia sido conduzido pelas ferozes correntes de um rio, até pouco tempo, manso. No outro dia, o corpo de Genésio foi encontrado, já sem vida, léguas adiante. Restava àquela mulher apenas misturar suas lágrimas às turbulentas águas do rio que levava muros, casas, carros, vidas. Todos os bens da família, se é que tinham tanto, nada importavam naquela hora. Ela clamava apenas pelo abraço protetor do marido. Suas filhas cresceriam sem pai.
Quem se encontra em situações assim aprende a dar o valor que a vida merece. Danem-se os pequenos problemas que teimam em tomar conta da vida da gente. Amemos enquanto dá tempo. É o verdadeiro sentido da vida.
É isso aí!
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