Zé Luiz
INESQUECÍVEL!
Quem nunca teve um professor ou uma professora marcante, destes que ficam cravados nas melhores recordações que armazenamos pelo resto dos dias? Tive o privilégio de conviver com mestres admiráveis que muito contribuíram na minha formação, tanto intelectual, quanto – principalmente – humana. Lembro-me de cada um deles e sei que deixaram muito de si na construção de minha história. Em meio ao belo quadro de professores que tive, tem uma professora que, para mim, tornou-se ainda mais inesquecível. Já dizia Rubem Alves que “ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma, continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais.”
Tereza Cristina é o nome dela. Nem sei se era tão bela, mas aos olhos do menino franzino de oito anos, aquela era a figura mais encantadora que alguém poderia conhecer. Lembro-me bem que um dia levei um desodorante, desses bem baratos, de balcão de venda, na esperança de estar levando um presente à princesa encantada. Hoje, do alto de meus quarenta e tantos, vejo a simplicidade da lembrança, mas ela soube compreender o significado daquele gesto. Abraçou-me e disse que eu conseguira adivinhar o quanto ela estava precisando de um desodorante. Nada... como fiquei sabendo algum tempo depois, ela era filha de fazendeiro e perfume é o que não devia faltar na sua penteadeira. Mas, com uma delicadeza sem par, achara um jeito de demonstrar gratidão ao menino e deixá-lo um pouco mais feliz.
Devo ter aprendido algumas coisas naquele 2º ano primário, pois minha vida escolar teve um bom seguimento, mas as lições mais lindas foram enunciadas pelo seu sorriso fácil, pelas mãos afáveis, pela voz branda. Havia vezes em que nos pedia para acompanhá-la até sua casa, que ficava a algumas centenas de metros da escola, para ajudá-la a carregar os materiais. Que alegria poder andar do lado da minha doce professora. Sentia-me importante, já um rapaz. Guardo na memória o dia em que veio a notícia de que iria deixar a escola e se mudaria para outros cantos. Foi um dia triste.
Passado tanto tempo, confesso que tenho vontade de revê-la, saber de sua história, contar sobre a minha, falar de meus filhos, perguntar se teve os seus. Cativou-me, ajudou a fazer de mim um ser melhor. Obrigado, professora!
É isso aí!
1 comentários:
Nossa professor, caí em lágrimas!
Como esse texto ficou lindo e como representou para mim momentos de minha infância querida, e me fez lembrar dos professores que para sempre me cativaram!
Obrigada por esse texto maravilhoso!!!
Postar um comentário