José Luiz
Posto que tudo que se fala hoje pode amanhã cair na vala do esquecimento, alguns se julgam no direito de, contrariando a onda do “politicamente correto”, proferir toda e qualquer verborragia a respeito da vida alheia. Vejam o que ocorreu com o apresentador de televisão Rafinha Bastos que foi protagonista de um evento um tanto quanto sui generis e de péssimo gosto. Fez uma brincadeira com uma determinada artista grávida que ultrapassou todos os limites do bom senso e do respeito. Claro que a família da moça sentiu-se ultrajada e profundamente ofendida pelo humorista de plantão. Colegas de bancada também declararam que as palavras vomitadas por Rafinha provocaram mal-estar até mesmo na própria equipe, o suficiente para darem um basta no Bastos (trocadilho infame).
Não devemos cercear o direito das pessoas se manifestarem, mas os princípios da ética nos orientam que devemos fazer ao outro aquilo que gostaríamos que o outro fizesse a nós, ou, numa atitude mais passiva, não fazer, nem falar, ao outro aquilo que não gostaríamos que fizessem a nós e aos nossos. Os defensores do apocalipse irão argumentar que qualquer espécie de limitação aos jornalistas seria um retorno à censura. Em nome desta liberdade extrema, defendem todo e qualquer tipo de expressão, mesmo as mais absurdas e imorais. Concordo com o direito e dever de expor os pontos de vista que nos convém, desde que o que for dito não fira os direitos do semelhante, nem venha constranger as pessoas com ferinas declarações.
Em tempos de redes sociais e comunicações avançadas, é momento de repensar os parâmetros que norteiam a convivência humana, para que não haja injusta destruição de reputações, nem desconstrução de histórias erguidas à custa de muita luta e suor.
É isso aí!
2 comentários:
Concordo com cada palavra teclada, caro magíster. Outrossim, gostaria de ver tal furor da parte de cada cidadão sobre a nada engraçada atuação de nossos "dignos representantes" em todas as esferas governamentais e parlamentares. Democracia seria igual tratamento, ao humorista, ao político sujo, bem como a quaisquer cidadãos. Tristemente, não vejo assim! Só o 'engraçadinho' da Band se ferrou e foi punido com o afastamento (desemprego com natural perda de rendimentos). Cadê os outros?
Caro amigo, suas palavras são carregadas de bom senso e pertinência. Também concordo que mazelas políticas devam ser escancaradas e punidas severamente, pois também trata-se de abuso ao público. Mas, nada justifica a atitude do jornalista em tela. Sua atitude infeliz (do "engraçadinho") não é minimizada pelos erros grotescos dos políticos brasileiros. Ambas são atitudes erradas que mereceriam punição.
Abraços.
José Luiz
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