José Luiz

14:24 José Luiz 0 Comments

BOM SENSO

Desconstruir é muito mais fácil que erguer uma edificação. Para isso, basta vir com máquinas e o desejo de colocar abaixo uma obra qualquer. Difícil é fundar alicerces, levantar paredes, cuidar com capricho do acabamento. Isso implica em horas, meses, anos de uma entrega, às vezes, total e irrestrita. De repente, por questões de foro íntimo, quase passionais, alguém se arvora no direito de somente apontar defeitos, deteriorando uma construção que se deu à custa de muito esforço e dedicação. É simples arranjar problemas, basta chegar à mansão mais pomposa que encontrará deformidades em alguma fechadura, uma infiltração ali, uma trinca aqui, um quintal ainda não varrido, um vazamento numa torneira nos fundos da casa. Ao proprietário cabe cuidar com zelo de seu patrimônio, o que certamente já o faz, visto que conseguiu erguer uma mansão.

Traçando um paralelo com nossas vidas, faço uso de uma metáfora simples que poderá fundamentar um pouco esta teoria. É preciso um olhar criterioso com aqueles que se dizem arautos de qualquer coisa e se prestam a realizar apenas serviços de desconstrução. Um velho e sábio mestre dizia que “aos críticos não se erguem estátuas”. Não chego a ser tão implacável, pois creio ser importante que apontem falhas em nossas vidas que, necessariamente, precisam ser corrigidas, mas considero ainda que deixar de verificar pontos positivos à mostra de todos, para simplesmente dirigir a atenção exclusiva a supostos defeitos chega a ser exagero, uma espécie de crueldade premeditada.

Na vida, é essencial que permaneçamos no equilíbrio, sabendo usar de nossa criticidade parcimoniosa, sem nos deixar guiar como marionetes, mas também insistindo em manter-nos justos quando uma boa obra é efetuada. Isso cabe em qualquer ação humana, seja no trabalho, no convívio social ou na vida familiar. O bom senso é companheiro fiel que nos faz pessoas melhores.

É isso aí!

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