José Luiz
Osama se foi! Será que devemos soltar foguetes, comemorar, dar loas à morte? Onde serão depositados nossos princípios cristãos enquanto vibramos com a condição de um homem assassinado e jogado ao mar? Perdoe-me os que pensam o contrário, mas pagar com a mesma moeda é retroceder no tempo, é agir de forma igual, animalesca e desumana. Não quero aqui, jamais, defender a barbárie provocada por esse lunático, fundamentalista sem nexo, arauto do genocídio. O que tento apresentar como contra-argumentação seria a possibilidade de aprisioná-lo, mantê-lo em cativeiro perpétuo, junto com aqueles que apoiaram sua missão apocalíptica, apesar de todas as implicações políticas que isso poderia causar. Talvez preocupados com a dificuldade de manter um sujeito assim sob cárcere, preferiram eliminá-lo para não criar problemas futuros, diplomáticos ou não.
Estamos calcados numa civilização judaico-cristã que prega o amor e o perdão como premissas fundamentais. Agir diferente seria negar a todos estes preceitos que ampararam nossa educação familiar e formal, quase que impregnadas geneticamente na formação de nossa psique, de nossa matriz intelectual.
Talvez me questionem se continuaria a pensar assim se um dos meus estivesse numa das torres gêmeas no fatídico onze de setembro. Seria como minha posição fosse contrária à pena de morte até que alguém, num assalto, assassinasse um filho meu. Certamente, é difícil questionar argumentos assim, mas admira-me profundamente aquele pai que foi ao presídio declarar seu perdão ao homem que matou seu filho em um sequestro. O pai demonstrou uma capacidade superior que o aproxima do Cristo. São pontos que nos conduzem à reflexão, capacidade singular dos seres humanos. Exercemo-la com maestria, como assim nos compete.
É isso aí!
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