José Luiz
LÁGRIMAS EM REALENGO
“Alô, alô Realengo! Aquele abraço!” A palavra Realengo geralmente lembra festa, afetividade. Guarda nossas lembranças, a canção do Gil que exalta as belezas de um Rio de Janeiro apaixonante. Pois é... daqui para frente, a palavra será sinônimo de morte e tristeza.
Queixumes, lágrimas, gemidos, muita consternação... Assim foi o desenrolar de uma manhã raivosa que, por culpa de um demente que, paradoxalmente, amava os animais e odiava as crianças, estarreceu a todos, deixando-nos sem onde pisar, tendo como amparo tão somente o pranto de uma dor incontida. Os tiros de Realengo ecoaram por todo o mundo, rompendo fronteiras e línguas diversas. As imagens das crianças deixando a escola em desespero, outras escorando nos muros, feridas, clamando por ajuda, a atitude heroica do sargento que enfrentou o inesperado, a correria dos pais procurando por seus filhos, teimam em não sair da retina. Não há quem não tenha se comovido com tal barbárie.
É momento de reflexão, não de simplesmente procurar culpados, porque este já foi eliminado. As causas que levaram esse sujeito a promover o massacre ainda deverão ser minuciosamente discutidas e analisadas por especialistas das mais diversas áreas. Cabe a toda a sociedade verificar as sequelas dessa monstruosidade, promover debates e envidar esforços para a minimização do problema, não deixando somente à escola esse dilema que é de todos. E a todos é atribuído o dever de formar para a fraternidade, para a inclusão, para o ser livre, para a felicidade, para um ser mais humano e generoso.
É isso aí!
1 comentários:
Como sempre amei a crônica!!! Isso ai prof querido!!!
Abraços
Postar um comentário