José Luiz
“CADA QUAL NO SEU CANTO, EM CADA CANTO UMA DOR...”
As declarações de um deputado carioca causaram enorme polêmica nos últimos dias. Suas palavras repercutiram em todas as rodas e redes. Também não era para menos. Dizer que os filhos dele foram muito bem criados e, por este motivo, jamais se envolveriam em promiscuidade, sendo que a pergunta era como seria sua reação se um filho seu namorasse uma negra, é, no mínimo, uma posição racista e profundamente mal educada e desrespeitosa. É lendária e controversa a atuação do deputado com questões relativas ao regime militar. Até aí, quando dispara sua metralhadora feroz contra as vítimas da ditadura, exaltando as conquistas do período e desmerecendo aqueles que resistiram ao regime, até certo ponto, beira as margens do aceitável, por se tratar de um representante dos militares, sendo o mesmo oficial do exército brasileiro. Agora, amparar-se no argumento de que é um legítimo defensor dos bons costumes e da família brasileira para atacar negros, jovens contemplados com as cotas universitárias e homossexuais, já fere os princípios da ética e compromete sua atuação de parlamentar, funcionário de todos os cidadãos. Organizações tradicionais defensoras dos direitos do povo brasileiro, como OAB e outras entidades, já se mobilizam para moverem ações contra o deputado em tela.
É um disparate verificar, já na segunda década do século XXI, pessoas, dotadas de altos cargos e títulos, portarem este tipo de pensamento, tão retrógrado e, por vezes, hipócrita. Ser humano é tudo igual. Amor não tem cor, nem cheiro, nem classe social. Somos iguais na diferença, ninguém igual ao outro, cada um com seu jeito, sua forma de ser, “cada qual no seu canto, em cada canto uma dor”. Espero que sirva de lição, para não haver repetições, este comportamento tão infeliz e nocivo à sociedade.
É isso aí!
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