José Luiz
GROSSAS PAREDES
Nesta próxima semana, a cidade receberá um novo empreendimento educacional. Não se trata de nenhum megainvestimento na área, nem uma suntuosa construção, mas sim um espaço simples que, adaptado, servirá para atender crianças em idade escolar (anos iniciais do ensino fundamental) em atividades que vão desde o xadrez até o acompanhamento dos conteúdos desenvolvidos na escola. Tudo elaborado e planejado com o maior carinho para que, num regime de jornada ampliada, as crianças possam receber uma atenção especial na sua formação cognitiva, social e emocional. Lá, onde se puniam os homens, educar-se-ão nossos meninos e meninas. Isso mesmo: o projeto que falo funcionará na antiga cadeia de Frutal. Retiraram-se as grades, mas as paredes continuam lá, grossas e firmes, para lembrar seu passado e dar novo sentido àquela edificação. As grades deram lugar às asas da liberdade que só a educação permite.
Enche-me os olhos a possibilidade de ver meninos ocupando tempo precioso com artesanato, meninas tendo aulas de dança, aulas de informática, práticas esportivas e tantas outras coisas que poderão ser criadas no seu tempo devido. Certamente, ao término do dia, voltarão para suas casas com muita vontade de retornar no dia seguinte e rever amigos e professores para aprenderem e serem felizes. Para isso, foram criadas. O remédio para a violência está na educação, em companhia da família. As pessoas são transformadas pelo toque encantador dos professores, das escolas e de programas como o CASI, a AABB Comunidade, Casa da Criança, Projovem, Pequeninos de Jesus, e outros mais. A educação sozinha não transforma o mundo, tampouco, sem ela, a sociedade muda. Paulo Freire já preconizava, nos idos dos anos setenta, que o sonho da justiça social e da minimização da violência, numa perspectiva de educar para a paz, passa, necessariamente, pela educação. Aplausos àqueles, que no seu silêncio produtivo, tanto realizam pelos nossos infantes e nossa gente. Sem verborragias inúteis e discursos contundentes, plantam sementes para colherem as flores que surgirão na primavera, no futuro.
É isso aí!
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