José Luiz

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QUE DEUS O ACOMPANHE!

Tudo na vida tem dois lados. Já viu falar em sofrimento feliz? Pois é... É isto que acontece quando um pai e uma mãe veem os filhos indo embora em busca de seu destino, após serem aprovados no vestibular de uma renomada faculdade. Primeiro vem a euforia do resultado, o peso da conquista que enche de orgulho e satisfação; depois, vêm os preparativos para a despedida. Os dias vão se tornando miúdos e o aperto no peito vai se avolumando. Sei que os filhos da gente devem ser criados para alçar os mais belos voos, se possível, tal como a águia que foi feita para as alturas, e não criados para viver remexendo os pezinhos no fundo do quintal feito pintinhos que não saem das asas protetoras dos pais, e por isso talvez jamais venham a aprender a voar, alcançar os altos picos, os espaços que lhe são de direito.

Organizar as malas, ajeitar os pertences, é coisa que mãe faz com uma dor estranha, que mescla a alegria da vitória com a saudade natural de quem verá o amado filho distante, talvez para nunca mais voltar como morador na casa, pois, enfim as portas do mundo foram escancaradas e estão prontas para serem usufruídas, com inteligência, coragem e malícia. Foi para isso que os educamos, é nisto que amparamos nossas vontades: o desejo de vê-los bem na vida, felizes, realizados.

A agudeza deste sentimento deve ser compreendida como um amor protetor, que teima em dar guarida até quando, aparentemente, nem precisa mais, mas que deve entender que as frustrações são elementos vitais no fortalecimento do caráter, na composição do ser vencedor e altivo. Os filhos devem fazer jus a toda esta devoção. Enquanto estiverem felizes e com as mentes edificadas por tudo aquilo que absorvem, farão com que os pais e quem os ama, mesmo distantes, tenham os corações apaziguados e confortados.

É isso aí!