José Luiz

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RAZÕES

Tem quem acha muito fácil, em momentos adversos, despejar toda sorte de verborragia, amparada em argumentos célebres, num tom ríspido e prepotente, fazendo-se senhor absoluto da verdade. Quem está do outro lado é que prepare os ouvidos e a tolerância, porque não é nada prazeroso vivenciar estas situações. Por mais que a pessoa tenha razão, quando se altera o tom de voz, agride-se com palavras, os argumentos positivos escapam por entre os dedos e perdem a consistência. É fundamental, num momento de debate ou mesmo num simples diálogo, manter a calma e a serenidade. Essas prerrogativas farão com que o outro adquira desejo por ouvi-lo e, ao menos, respeitar suas opiniões, caso não as aceite em definitivo.

Tenho dito que a cada porta que fechamos, outras dezenas nem ao menos aparecem para serem abertas na nossa frente. Por outro lado, o jeito manso e sereno, a forma amigável de tratar o outro, mesmo na adversidade, faz com que os horizontes se alarguem diante de nós. Isto não representa que devemos ser subservientes, passivos, mas sim que saibamos tolerar, compreender, amar, para poder, assim, propor o diálogo profícuo que vai gerar bons presságios e resultados que, no mínimo, nos confortem. Não é possível sempre sairmos vitoriosos de nossos embates. A compreensão de que somos seres falíveis, humanos, já nos dá amparo para aceitar - nunca acomodar - certas situações contrárias.

Viver elegendo inimigos, responsáveis pelos nossos fracassos, far-nos-á pessoas ranzinzas e encravadas na estação da história, com possibilidades bloqueadas de que até mesmo quem julgo adversário possa me oferecer a mão em uma outra ocasião oportuna. Parar no tempo não é coisa de gente sadia emocionalmente. Libertemo-nos do cárcere do rancor e vivamos o hoje como um grande espetáculo, em que a convivência torna-se parte, torna-se arte.

É isso aí!