José Luiz
A PALAVRA
Impressionante como a palavra pode abrir porteiras! Pessoas com boa oratória, que sabem fazer uso, com esmero, do instrumento sagrado da fala, podem exercer carreiras promissoras, ocupar posições de destaque, alavancados pela capacidade de fazer-se entender. Saber articular o pensamento de maneira que as palavras se organizem e transmitam com fidelidade e encantamento o que propõe o falante é talento especial. Os que o possuem este dom costumam sobressair-se, ficar em evidência.
Agora, por outro lado, tem gente que fala “bonito”, mas não fala bem. São os chamados prolixos. As idéias se amontoam na mente destas pessoas e elas vão falando tudo de uma vez, com vocábulos meio rebuscados, numa linguagem erudita, mas, tristemente, não conseguem estabelecer uma fina comunicação com os interlocutores, de forma que quem ouve fica a ver navios, querendo ligar as coisas, sem sucesso.
Perguntou-me alguém o que seria necessário para aprimorar a oratória. Respondi com outra pergunta: quantos livros leu no ano que passou? A resposta, trêmula, foi de que não se lembrava direito. Saco vazio não para
Comunicar bem é um dom que conduz muitas pessoas ao êxito profissional e existencial. No entanto, é fundamental que também haja uma estreita ligação entre o falar e o proceder. Abrem-se as portas com as boas palavras, mas o que as mantém abertas são o comportamento coerente e a atuação diferenciada. Do contrário, caem as ilusões e esfacelam as expectativas. Vira hipocrisia, demagogia, falta de conexão entre o discurso e a ação. Palavra e atitude são coisas integradas, que se agregam, devem caminhar juntas, num ajuste sincronizado. Esforcemo-nos, então.
É isso aí!
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