José Luiz
OUTRO LADO
Tem muitas formas de enxergar o mundo. Imagine uma fruta qualquer que está quase perfeita, mas possui uma pequena imperfeição que dá a ela uma aparência duvidosa, e você a descarta por completo ignorando todo o restante perfeito. Pesou mais o negativo, por menor que fosse. A fruta seria capaz de saciar a fome de alguém, de dar prazer, de provocar bem-estar. Mas, não! Preferimos dar valor justamente àquilo que aparentemente nos inquieta, em detrimento de todo o bem que possa advir. Eu não seria tão lacônico e ousado a ponto de generalizar e colocar todo mundo no mesmo balaio. Tem, sim, quem pensa diferente. Mas, também sou atrevido o suficiente para falar de nossas mazelas e dizer que não devemos despejar na vala comum qualquer coisa que julguemos estranho e esquecer todo o resto. E por isso mesmo é que não podemos acreditar em tudo aquilo que ouvimos falar dos outros. Pode ser uma exacerbação da mancha da fruta. Sempre que vierem falar algo meio pesado de outra pessoa, antes de passar adiante, questione-se, argumente, veja o outro lado da moeda. Busque conhecer a história de vida, os pontos positivos, descubra algo que valha a pena no semelhante.
A função de atirar pedras é muito cômoda. Quero ver edificar a construção, preparar o telhado para as intempéries, fortalecer o espírito. Não temos o direito de fazer de nós mesmos desbravadores da maledicência, propagadores da má notícia. Tem hora que coisas negativas devem ser ditas e alertadas, até. Mas, que tudo seja elaborado na perspectiva do amor, sob a luz da serenidade, para que não corramos o risco de tropeçar, cair nas armadilhas que o mundo prepara e virmos a nos tornar vítimas do próprio veneno destilado. A malha da vida é composta de imperfeições. Talvez aí, resida a grande beleza. As pessoas não são fatos isolados, pequenas crônicas diárias de uma vida sem sentido. Pessoas são histórias complexas, livros extensos e ricos. É preciso dar valor a tudo isso.
É isso aí!
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