José Luiz

17:32 José Luiz 0 Comments

REENCONTRAR-SE

Se diante da menor dificuldade enfrentada, já vou logo entregando os pontos, dizendo que não suporto isto, não agüento mais aquilo, que tal pessoa é a culpada por todos os meus infortúnios, está na hora de parar para refletir. Algo de errado certamente está acontecendo comigo. O convívio humano, como é claro e notório, é provocador de conflito, de instabilidades relacionais. As pessoas são diferentes, agem e pensam tão diferente. Não posso querer fazer dos outros clones de mim mesmo, cópias inexatas de minha figura. É praxe ficarmos imputando aos outros as próprias virtudes, exaltando-as, como se fossem elementos solitários, desacompanhados de nossas mazelas humanas. E, dentro desta perspectiva, não admitimos o erro alheio. Condenamos as falhas que enxergamos no outro e que, muitas vezes, são espelho.

Viver num dilema de lamentação não vai ajudar em quase nada. A vida, nossas relações, nosso trabalho, nossa casa, tudo depende muito do olhar que lançamos. Nosso jeito de tratar as coisas, desde os bichos e as plantas aos mais célebres humanos, retratam bem quem somos. Previna-se de maneira que não vá além do que o próprio passo possa te levar. Existem muitas frestas no caminho, por mais belo e bem arranjado que ele pareça ser. Amaciemos o espírito para tentar compreender o outro, sem que isso faça de nós pessoas passivas demais. As escolhas pertencem a nós. Se não me enquadro, se algo insiste em me deixar em constante estado de tristeza e amargura, o melhor a fazer é buscar novas alternativas, tentar obter novas possibilidades, para, enfim, reencontrar-me. É preciso sabedoria para descobrir que nestes desencontros, muitas vezes, encontramo-nos.

É isso aí!

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