José Luiz
MENTE LEVE
“Cada qual no seu canto, em cada canto uma dor...” Uma pessoa que cruza pelo nosso caminho tem suas peculiaridades, seus pensamentos, seu jeito de ver a vida, seus sofrimentos, suas alegrias. Quando se está na multidão, os corpos se esbarram, mas geralmente não se tocam os corações. Fazem parte de um todo, de um coletivo que murmura, vibra, movimenta-se. Cada fragmento da multidão é feito de gente e cada anônimo possui uma história permeada de emoções, temperada com seus contraditórios, suas certezas, seus medos. Não se pode ignorar nada nem ninguém nesta vida. Tudo tem seu valor, por menor que pareçamos ser.
Vi um catador de lixo entregando uma carteira recheada com notas de cem na delegacia. Vi, também, distintos senhores mandando destruir matas inteiras. Esse humilde trabalhador passou pela vida fazendo o bem, limpando as vias, reciclando o descartável e entrega gratuitamente seu exemplo de honestidade para tantos. O dinheiro poderia representar um televisor novo ou uma cama mais confortável: preferiu repousar sua cabeça sobre seu velho colchão com a mente leve, com a consciência de quem agiu para o refrigério do mundo. Ah, se todos os homens fossem assim! Mesmo os empreendedores, proativos magnatas e executivos, tão úteis para o progresso da civilização, tornar-se-iam mais humanos e afetivos.
Sem crítica aos grandes vultos que merecem a lembrança, mas se fosse autoridade com poder para tal, também colocaria nome de rua homenageando os garis, ou outros cidadãos simples que, no seu silêncio servidor, tanto realizam.
É isso aí!
2 comentários:
como é bom ter a mente leve... qm diria podéssemos dizer q a grande maioria dos novos superiores dormissem o sono dos justos e não carregassem o fardo pesado de suas injustiças e insensatez.Mias uma vez sua postagem me enche de questionamentos querido amigo. Abraços.
É sempre muito bom ler os teus textos.
Abraços
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