José Luiz

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BRAVURA

Eram onze amigos a bordo. O avião deu pane. Necessidade de pouso forçado sobre as águas de um rio na densa Amazônia. O piloto conseguiu com relativo êxito fazer o avião descer nas águas turvas. Todos chegaram com vida. Um dos tripulantes ajudou os colegas a deixarem o avião e procurarem abrigo nas margens. Não se sabe direito o que aconteceu, mas algo fez com que este bravo homem de cor não conseguisse sair do avião antes do mesmo vir a afundar. Uma constatação é inequívoca: trata-se de um herói, um bravo, uma rara personalidade, destas que pensam primeiro no bem-estar do próximo, que são capazes de colocar a própria vida em segundo plano quando o anseio é ajudar o outro. Fato similar aconteceu recentemente aqui por estas bandas na fatídica história da menina de onze anos que se afogou tentando salvar a irmã menorzinha.

É triste demais. Numa hora assim, fica praticamente impossível encontrar palavras que sirvam para confortar as famílias que perdem seus entes queridos. Depois de passado o choque, cabe uma reflexão e um consolo aos pais destas criaturas tão heróicas. Conseguiram transmitir fielmente um legado de amor tão intenso a seus filhos, pois chegaram ao ponto de colocarem suas vidas a serviço do irmão, literalmente. Nada mais cristão, nada mais sagrado. É sabido que se pudessem também se salvariam, mas não mediram consequências, venceram o medo, as incertezas, o perigo iminente e não partiram em vão. Fizeram de suas ações corajosas um modelo de amor.

Bravura é isto. É, antes de tudo, um ato de amor à causa que defende, seja a família, seja a toda a humanidade. Não precisa necessariamente despedir-se da vida para ser um bravo. Encarar as adversidades com altivez e honradez é também uma manifestação clara da bravura O que seria da humanidade sem os bravos? Quantos bravos soldados enfrentam o perigo para nos proteger? E os bravos bombeiros que lutam contra o fogo para salvar seres de todas as espécies: dos humanos aos felinos? Na bravura, constroem-se os pilares que sustentam uma sociedade. Quantos mais homens e mulheres valorosos tiver a coletividade, mais forte e justa ela será.

É isso aí!

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