José Luiz

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O MENINO DO PIJAMA LISTRADO

Recebi a indicação de um filme, baseado no livro de John Boyne, “O menino do Pijama Listrado”. Conta a história de uma criança, filho de oficial nazista, que se muda para perto de um campo de concentração, e lá, em sua inocência pueril, vê homens, mulheres e crianças que passam o dia todo de pijama. Como todos sabem, a roupa utilizada pelos judeus naqueles espaços de sofrimento era branca com grandes listras. A contragosto dos pais, aproximou-se da cerca e conheceu um menino de sua idade, com o qual desenvolveu uma grande amizade. Ali pode ir desvencilhando o emaranhado universo de terror criado pelos adultos.

O ser humano cresce, fica cheio de malícias e maldades, e perde o que era próprio da criança: a bondade inocente, a confiança no próximo, a pureza de coração. No filme, nota-se profunda ingenuidade e doçura em meio aos horrores da guerra em sua face mais sórdida: a segregação racial, o isolamento dos diferentes. Quem assistiu outro clássico, digno representante dos múltiplos filmes inspirados na 2ª Guerra, “A Vida é Bela”, tem a percepção exata da singeleza do universo infantil em choque com as barbáries do sistema nazista. São filmes que tocam e levam à reflexão. É obra de cinema que retrata fatos históricos. Aquilo realmente aconteceu, não é simplesmente fruto da imaginação de roteiristas e autores, mas inspirações calcadas no chão da crua realidade ocorrida no mais sangrento de todos os conflitos.

O que leva o homem a desenvolver tamanha capacidade para o ódio e a destruição do semelhante? Confinar milhões de pessoas, por simplesmente considerar que se trata de gente menor, sem valor, porque pertencem a determinada etnia é o absurdo maior do século passado. E o pior é que ainda acontece em algumas partes do planeta batalhas terríveis inspiradas nestes argumentos. E mais extravagante ainda, por mais que pareça um contrassenso, tem gente no seio de nossa pátria que defende esses pútridos pensamentos. Fica uma pergunta para encerrar o artigo, motivo para outros textos: o que acham que aconteceria com os latinos, caso vivessem em plena Alemanha Nazista?

Arte boa é a que proporciona entretenimento de verdade. Arte inesquecível é aquela que, além de emocionar, faz você pensar, trabalha seu raciocínio e fixa na mente.

É isso aí!