José Luiz

09:54 José Luiz 0 Comments

Coitado!

“Oh, dia! Oh, Azar!” Lembram-se dessa expressão do velho desenho animado da hiena chorona, que vivia a lamentar-se? Pois é, tem gente que prefere viver assim, segurando a vela da desesperança, do eterno queixar. Estão sempre a autoapiedar-se, com muita pena de si mesmo, desenvolvendo com maestria a síndrome do coitadinho. Impossível passar pela vida sem contrariedades, sem frustrações. Não adianta levar uma existência inteira a culpar os outros por tropeços ou projetos que não deram certo. Engraçado é que essas pessoas julgam que nas vitórias são heróis solitários, que conseguiram tudo com seu próprio esforço, sem depender de ninguém, mas quando caem... sai de baixo! Pobres daqueles que estão mais próximos, porque alguém vai ter de carregar o fardo da culpa do fracasso alheio. Sentem-se vítimas de conspiração, criam emaranhadas teorias, como se outros tivessem tempo a perder para criar mirabolantes planos para levá-las à derrota.

Pena que sofram tanto, pois pessoas assim permanecem enclausuradas num cárcere emocional quase intransponível. Alimentam as grades de sua própria prisão com a predileção pelo negativo. Gostam que outros tenham pena, sentem-se confortáveis no papel de vítimas. Esse desconforto psíquico é responsável pela origem de muitas doenças. É preciso se cuidar para não cair nas armadilhas desta síndrome. Muitos de nós somos tentados a pensar e agir desta forma. Basta prestar atenção no que ouvimos e, especialmente, naquilo que andamos pensando. Sejamos nossas próprias cobaias neste processo de observação. Reflitamos sobre os sintomas, as nossas reações perante fatos corriqueiros ou não. Acharemos muitas arestas a serem aparadas, muita pedra bruta precisando ser lapidada.

A cada dia um passo novo, um avanço pequeno, que poderá fazer de nós pessoas melhores. Não terá valido a pena viver se não for para crescer como gente. É para isso que estamos aqui. Em outras palavras, é o que pregam todas as bandeiras religiosas. Vamos, então, tentar.

É isso aí!

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