José Luiz
MÁSCARAS
Não é direito tentar levar uma vida sob máscaras. Iludir-se e iludir os outros, pelejando para convencer a si mesmo e os que te rodeiam de que é algo diferente do que é realmente, é uma luta inglória e um desperdício de energia. Mais cedo ou mais tarde a máscara cai, a verdade prevalece, vem à tona todo o calhamaço de informações que nos identificam. Ninguém consegue viver interpretando uma vida inteira, representando um papel fictício, um personagem social, fingindo ser o que não é. Gente desonesta acaba se entregando, surgindo a oportunidade; gente falsa termina por demonstrar suas farpas, na hora em que não resiste mais ficar dissimulando, disfarçando; gente fútil, inculta, pseudointelectuais que tentam aparentar muito conhecimento, uma hora a casa cai e toda ausência de base cultural aflora; gente que quer demonstrar um nível socioeconômico superior, apresentar-se como bem sucedido em termos financeiros, julgando ser isso o mais importante na existência, termina envergonhado – sem motivos – porque chega o momento em que prorrompe a verdade.
O bom da vida é ser você mesmo. Conhecedor de suas fraquezas, um ser a caminho lutando para minimizá-las, mas autêntico, único, original, até mesmo pela presença delas. Viver um personagem é para os atores em cena, cujo mister é admirável. Vivemos em plena e efervescente realidade. O mundo não é um grande teatro, por mais que haja elementos que os assemelhem. Não adianta querer mudar de cor, de família, de raízes. Podemos mudar as condições precárias de vida, isso sim, com muito trabalho, estudo e determinação, mas tem coisas que cabem aceitação. Querer desprezar as origens, ignorar o que está intrínseco, colado à pele, é sofrimento demais, desnecessário até. Que prevaleça em nós o melhor que tivermos a oferecer. Fora com as dissimulações e falsidades. Que o mal da hipocrisia congênita seja combatido pelo antídoto da transparência, da vida coerente, do amor próprio.
É isso aí!
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