José Luiz
Fico imaginando um mundo em que não haja tanta divisão, em que não vejamos seres humanos chafurdando os latões de lixo em busca de restos de comida. Fico imaginando um mundo em que as pessoas tenham menos medo e mais coragem de ir ao encontro do outro, em que haja menos desconfiança e medo de traições e mais entrega e doação. Fico, enfim, imaginando um mundo em que as pessoas possam ser definitivamente livres e não vivam trancafiadas em seus universos particulares, em verdadeiras redomas cercadas de arames farpados, cercas elétricas, egocentrismos, pavores e egoísmos. Talvez viva me iludindo com essas utopias. Dizem que o otimista não ajuda tanto o mundo, porque para ele tudo está bom, é um conformista. Não vejo assim. Assim o seria se vivesse na vã fantasia de que tudo está maravilhoso e não é preciso fazer nada mais para transformar. Sou otimista porque acredito que as coisas possam melhorar e não porque estejam perfeitas e não necessitam de mudanças. Dizem que não devemos ser nem otimistas, nem pessimistas, e sim realistas. Mas, o que seria do mundo sem o encantamento da esperança, sem a perspectiva de que, pelas nossas próprias mãos, as coisas possam mudar para melhor? Na verdade, tenho pena dos pobres pessimistas que enxergam o mundo em preto e branco e não conseguem ver perspectiva de melhora em nada; são amargos, tristes, sofredores. Tem muita gente pessimista se disfarçando de realista por aí. Não tenho vergonha em assumir que sonho viver num mundo em que as barreiras finalmente sejam postas ao chão, em que o preconceito não faça morada no coração humano, em que as diferenças sejam respeitadas. Sei que são projeções futuristas, muito futuristas até. Talvez, quando isso ocorrer, de mim só restarão as histórias de um sonhador que ousou falar de esperança em tempos furiosos. Já terá valido bastante a pena. É isso aí!
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