José Luiz

16:44 gustavoealexandre 0 Comments

Conciliadores
Conciliar é preciso! As pessoas necessitam se aproximar mais, se achegar mais. Somos seres interdependentes. Nossas vidas se entrelaçam. Meu suposto maior inimigo pode ser, de repente, ao me encontrar numa situação trágica, o único a me oferecer a mão. Aí, o que fazer com o orgulho besta que teima em separar os seres. Na dor, não se olha de onde vem a cura. Apenas se agradece. O mundo clama por gente conciliadora, pacificadora, que carrega a bandeira da paz mesmo nos momentos de tribulação. Não que estas pessoas sejam tolas, inocentes, pueris, vivendo num mundo paralelo. Definitivamente, não! São tão firmes que, mesmo contra todas as posições antagônicas, conseguem navegar por um mar de contrariedades. Estas pessoas atravessam uma lagoa de estrume e chegam do outro lado com aroma de flor. Sabem exatamente ocupar seu espaço. Não atravessam, nem interrompem o caminho do outro, a não ser em caso de extrema necessidade, para levar solução, socorro, abrigo, afago. Diz uma canção que o bom de dar as mãos e ir além do próprio gesto. É dar de si, é doação. Grande é quem consegue se fazer pequeno quando todos o enxergam maior, porque consegue dimensionar sua pequenez perante toda a criação. Andemos pelas ruas, pelas casas, por todos os cantos, com a altivez de quem tem a consciência de sua participação fundamental na constituição de um mundo melhor, mas, sobretudo, com a humildade de quem sabe que não é nada sozinho. Cada qual com sua trajetória, seus percalços e avanços, vai compondo a grande teia da existência. Por isso, dediquemo-nos mais a ouvir o outro em suas aflições, angústias, alegrias e conquistas. Façamos o exercício do diálogo verdadeiro. Deveríamos ser melhores ouvidores do que contadores de histórias, de vantagens. Dialogar não é fingir que ouve o outro enquanto pensa e articula o que vai falar logo em seguida. Dialogar é assimilar, compreender e valorizar o sentimento do semelhante. Os conciliadores sabem bem do que estou falando. É isso aí!

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