José Luiz

19:27 Alexandre de Paula 0 Comments


COMPANHEIRISMO


O companheirismo é uma virtude apreciável. Doar-se ao outro, em sinal de amizade, sem exigir retorno, é mérito de poucos, é prerrogativa dos grandes de caráter. Aquele que se preocupa, no melhor sentido da palavra, com o semelhante numa proporção que se iguala às suas próprias preocupações pessoais e, mais ainda, faz algo relevante para defender, proteger, colaborar é digno das maiores reverências. Num mundo em que atitudes de companheirismo são tão escassas, assistir a uma cena em que alguém sai de seu universo particular para ir ao encontro das necessidades de outrem é deveras comovente e edificante.

Pode-se exercer o dom do companheirismo em equipes, nos grupos organizados, nas famílias, nos múltiplos segmentos sociais. O tom de camaradagem é latente nos seres altruístas que devotam tempo e talento a ajudar os que compartilham – privilegiados – se sua convivência. Há maridos que são maridos, mas não companheiros. O mesmo com relação às esposas. Assim, há pessoas que passam ao largo de sua existência e, de repente, numa necessidade premente, vem solícito a te socorrer, a te oferecer amparo. De repente, alguém que despreza pode ser quem te oferece a mão para te elevar no processo de soerguimento. Meu pai conta uma história em que, no momento em que mais precisava de ajuda, quem o estendeu as mãos foi alguém que julgava ser seu inimigo. Seu grande companheiro foi um desafeto, alguém completamente alheio ao seu núcleo familiar. Nessas horas, a vida aplica com tal sutileza lições tão fortes e precisas que só não aprende quem tem a alma completamente lacrada para o crescimento, impermeabilizada para qualquer tipo de aprendizagem. Não foi o caso de meu pai.
Companheirismo é lema de muitas instituições. É brado retumbante. Usam-no porque sabem o valor do abraço fiel, da mão amiga, da presença em que se pode confiar. De nada adianta um amontoado de gente, cada qual usando seu tempo em benefício próprio, sem a coalizão do companheirismo. É a liga que une as pessoas de bem. É o tempero das relações. É o refrigério dos amigos.

É isso aí!


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