AS DORES DO MUNDO
É certo que o mundo tem suas derrocadas e nós, como parte inseparável, tropeçamos juntos. É mais certo ainda que a vida não é feita só de flores. Entendo que uma hora o amigo vai decepcionar, situações frustrantes vão nos magoar, as coisas não vão sair dentro do planejado, mas tento, a duras penas, sempre analisar e compreender o viés do outro. Talvez, não conheça os passos e percalços pelos quais tenha passado e que tamanho de sofrimento isso tenha causado.
“Ama-me quando menos merecer, pois é quando mais necessito.” Tenho aprendido que, ao me deparar com alguém com a emoção fragilizada, pronto a despejar toneladas de pedras sobre a cabeça de quem se arvorar a interpelar pelo seu caminho, a melhor estratégia é a afeição, o silêncio, o amor. Tenho meus rompantes e rogo que tenham comigo também paciência e deixem a pomada do tempo surtir efeito. Tentar compreender o estado de sofrimento pelo qual passa a pessoa é coisa boa. E nem adianta propor o argumento de que é assim mesmo, que existem situações piores. Essa tentativa de amenizar o problema alheio pode piorar as coisas ainda mais. Como diria Mário Quintana, “A nós bastem nossos próprios ais... Que a ninguém sua cruz é pequenina... Por pior que seja a situação da China... Os nossos calos doem muito mais”.
As dores do mundo, a fome na África, as bombas no Oriente Médio são problemas colossais, mas a dor que experimento é só minha, é particular, ninguém poderá senti-las no meu lugar. Ah, se eu pudesse... pegaria a dor e colocaria num envelope e mandaria de volta para o remetente. Utopia que reside na seara do imaginário.
É isso aí!
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