CULPAS
Quando se sente culpado de alguma coisa e faz tudo para corrigir um eventual equivoco, a culpa pode ser um sentimento que produz o bem. Mas que espécie de culpa você sente? Uma culpa que impede de caminhar, que faz estacionar no tempo, remoer o passado, sofrer com as águas que já passaram por baixo da ponte? Se a culpa que carrega o leva à solução e ao desenvolvimento pessoal isso é maravilhoso. Cure as feridas da culpa e esqueça. Assim, a experiência da culpa não é de todo ruim, destrutiva ou completamente negativa. Ajuda-nos a conviver com situações de dor e dificuldade.
Precisamos passar a enxergar a vida com outras perspectivas, novos horizontes, e tirar do que foi vivido o que há de melhor e descartar o resto. É erro nosso ficar portando lixos existenciais. Quando alguma coisa acomete nosso cérebro do sentimento de culpa, ficamos preocupados, “esquentamos a cabeça”, ocupamos a mente por tempos absurdos com coisas que nem sempre terão solução. Se viveu algo com intensidade, viveu, não tem como voltar atrás e apagar. Viveu e pronto. Amenize o fardo da culpa, liberte-se, viva.
Este remorso que muitos carregam é uma dor por algo que não dá para ser recuperado, revisado, refeito. Então, substitua por pensamentos positivos. Produza coisas boas. Faça o bem. Na vida, a gente vai se adaptando, acomodando os sentimentos. Isso é instinto de sobrevivência. Precisamos prosseguir, construir novos caminhos, viver novas realidades. O diálogo, especialmente com pessoas que amamos, pode ser a solução de alguns problemas. No outro pode estar a cura de nossos males.
Não temos o direito de praticar autossabotagem motivada pelas culpas que carregamos, considerando-nos indignos, não merecedores de boas coisas. O que não podemos permitir é que o fantasma interior que nos aflige seja maior que nosso desejo de viver e torne-se um terrível problema que nos assombra, sugando energia vital, o bem-estar, fazendo-nos doentes. A pior derrota ocorre quando perdemos para nós mesmos.
A culpa pode ser companheira e nos fazer bem, por mais paradoxal que isso pareça, ou extremamente maléfica e nos fazer doentes, depressivos, sem esperança ou força. Se ficarmos por repetidas, incansáveis vezes, dizendo a nós mesmos de nossos fracassos e nos sentindo culpados por tudo, sem ao menos nos perdoar, a nossa mente assimila como verdade e adoece. Somos senhores de nós mesmos, donos de nossas emoções. Tudo cria raiz em nós se permitirmos. É urgente cuidar bem dos pensamentos, olhar bem naquilo que diz pra si mesmo, nas químicas que temos produzido por meio de nosso cérebro.
Quando um episódio frustrante, um grande medo, uma dor, ou um erro ocorre de nossa parte, nosso cérebro põe-se a funcionar tentando achar o ponto de correção ou equilibrar as forças psíquicas. E o mais interessante é que esses sentimentos nos previnem de situações futuras, o cérebro nos protege evitando que caiamos nos mesmo buracos. Podemos até cair novamente, mas em buracos novos a partir das experiências que arriscamos viver, e que são necessárias. De certa forma, as culpas nos tornam mais responsáveis. Porém, não podemos nos deixar trancafiar, sermos prisioneiros de um cárcere emocional sem fim, algo que vai impedir nossa vida de seguir em frente.
Precisamos dormir bem, estar com a mente leve, para realizar tudo o que queremos. Imagine que você se sinta culpado por ter dormido ao volante e provocado um grave acidente. Aí, pela culpa, não consegue dormir. O que vai ocorrer? Então é melhor aprender e crescer que ficar se condenando.
Essas culpas podem nos desequilibrar, abaixar a autoestima, fazer-nos sentir incapazes, sem valor. O pior da culpa é quando ficamos ali no passado, sem perspectivas no futuro e, pior, sem viver o presente. Fazemos sofrer, além de nós mesmos, aqueles que estão mais próximos, os que mais amamos. Ficar ruminando os erros do passado geralmente não nos leva a nada. Aprenda com o erro, e não o cometa mais. Simples. Siga sua vida, aproveite a dádiva e pronto. Bíblico como aquela passagem da adultera apedrejada. Cristo disse: “Vá e não erre mais”.
É isso aí!
0 comentários:
Postar um comentário