Zé Luiz
HERÓI
O
professor Alípio Casali, vinculado à PUC/SP, diz que “a obra de Paulo Freire,
assim como a obra de todo bom herói, é um desses fenômenos de forte apelo
mítico. De tão bem que ele desencantou o mundo, encantou-se, e nos fez
encantarmo-nos com ele. O fundamento político dessa construção foi sua condição
de patriota vitimado, que arriscou sua vida para realizar um projeto salvador:
a libertação cultural e política de seus irmãos miseráveis, analfabetos,
oprimidos. O que lhe custou um exílio. Ao mesmo tempo, valeu-lhe o acesso ao
mundo, e ao mundo, o acesso a ele.”
Tão
bonito ver pessoas que constroem fortunas sem barulho de moeda. O que deixam
para a humanidade é muito maior que mansões e edifícios. Seus templos são suas
histórias. Paulo Freire morreu cercado de seus familiares, amigos, deixando parcos
recursos. O patrimônio maior já havia sido erguido. Dedicou a vida a propalar
esperança para as pessoas que vivem na exclusão e na cegueira do analfabetismo.
Ele foi um ser dotado da mais bela das paixões. Acreditava na existência da
possibilidade de que um vivente em um mundo letrado consiga lutar por uma vida
melhor, que veja em si minimizada a violência cultural da exclusão, da
discriminação, da opressão.
A
trajetória de Paulo Freire é caracterizada pela fé em uma ampla justiça social
a partir da inserção do ser à sua condição plena de cidadania, trazendo-o à luz
das palavras e resgatando-o da escuridão do analfabetismo. Foi um homem devotado
na causa que defendeu a vida toda e alguém profundamente inspirador, tocado
pelo desejo de provocar transformações na vida dos menos privilegiados.
Acreditou na espera benfazeja, não na espera vã. Acreditou na espera do
jardineiro, aquela que, enquanto espera, lavra a terra, cria os meios para que
as flores habitem o jardim.
É
isso aí!
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