Zé Luiz
NOME
Meu pai disse
algo outro dia que me deixou meio encafifado. Confabulando sobre algumas
passagens da vida, veio com uma pérola: “filho, o nome é a maior beleza que um
homem pode ter”. Depois de analisar e até repartir essa assertiva com alguns
chegados, acabei por concordar com o velho sem ressalvas. O sujeito pode
amealhar fortunas, e até ser famoso. Beira-mar também é famoso. Acumular
riquezas, levantar patrimônio é algo admirável. Especialmente, quando tudo é
conquistado à base do suor honesto, talento e muita dedicação. Agora, carregar
um bom nome durante toda uma existência ainda é mais admirável.
O maior legado que uma pessoa deixa
para os que ficam é sua trajetória, como desenvolveu sua caminhada, como foram
seus passos e por onde pisou; não só com quantos paus confeccionou sua canoa,
mas essencialmente se fez da ética a principal ferramenta para colocar a
embarcação em condição de enfrentar as águas irrequietas de toda uma vida.
Aprendo muito
com meu pai. Com seu jeito um pouco rústico, carregado de ranços de uma
formação muito rígida. Entre palavras inventadas e outras manias, vai lapidando
ensinamentos sem maiores pretensões, esparramando sementes, deixando rastros de
sabedoria. É um observador nato, daqueles que filosofam do alto de seus parcos
anos de escola. Conto muito com ele.
É isso aí!
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