Zé Luiz
As
Dores do Mundo
É certo que o mundo tem suas derrocadas e nós, como parte intrínseca,
tropeçamos juntos. É mais certo ainda que a vida não é feita só de flores, como
insistem em me afirmar alguns - como se já não o soubesse. Entendo que uma hora
o amigo vai decepcionar, situações frustrantes vão magoar, as coisas não vão
sair dentro do planejado, mas tento, a duras penas, sempre analisar e
compreender o lado do outro. Talvez, não conheça os passos e percalços pelos
quais tenha passado e que tamanho de sofrimento isso tenha causado.
“Ama-me
quando menos merecer, pois é quando mais necessito.” Essa máxima é composta de
uma verdade sólida e inconteste. Tenho aprendido que, ao me deparar com alguém com
a emoção fragilizada, pronto a despejar toneladas de pedras sobre a cabeça de
quem se arvorar a interpelar pelo seu caminho, a melhor estratégia é a afeição,
o silêncio, o amor. Tenho meus rompantes e rogo que tenham comigo também
paciência e deixem a pomada do tempo surtir efeito. Tentar compreender o estado
de sofrimento pelo qual passa a pessoa é coisa boa. E nem adianta propor o
argumento de que é assim mesmo, que existem situações piores. Essa tentativa de
amenizar o problema alheio pode piorar as coisas ainda mais. Como diria Mário
Quintana, “A nós bastem nossos próprios ais... Que a ninguém sua cruz é
pequenina... Por pior que seja a situação da China... Os nossos calos doem
muito mais”.
As dores do mundo, a fome na África, as bombas no Oriente
Médio são problemas colossais, mas a dor que experimento é só minha, é
particular, ninguém poderá senti-las no meu lugar. Ainda parafraseando livremente
o poeta, se pudesse pegaria a dor e colocaria num envelope e mandaria de volta
para o remetente. Utopia que reside na seara do imaginário.
É isso
aí!
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