José Luiz

11:23 José Luiz 0 Comments


Especial

Participei de um corpo de jurados em um concurso promovido pela Apae. Lendo os textos, mesmo que escrita de forma simples, uma redação me emocionou. Tratava-se de uma criança se dirigindo a um imaginário coleguinha com deficiência para que não ficasse triste e que o mesmo tinha plenas condições em ser feliz. Dizia ainda que todos tinham características próprias e diferentes entre si. Ele, por exemplo, sonhava em ser jogador de futebol, porém se via impedido por não conseguir dar uma volta sequer numa quadra de esportes, pois ficava sem fôlego: havia nascido com um problema cardíaco e não podia realizar atividades físicas de forma muito intensa. Percebi que não queria transmitir que seu problema era maior que todos, mas, em outras palavras, gostaria que o amigo soubesse que cada pessoa era detentora de sua deficiência particular e que nenhum ser possuía a faculdade singular da perfeição. Havia jeito de encontrar o próprio meio de ser feliz.
Um menino de 10 anos com tamanha sensibilidade e espírito solidário levava conforto a um colega intitulado especial. Tocou-me o fato da criança querer expor ao outro suas coincidentes particularidades especiais para confortá-lo e trazer alento. Aprendemos muito com as crianças. Na sua pureza de intenção, ensina-nos a verdadeira partilha, como sair de nosso mundo egoísta e cheio de farpas para encontrar-se com o semelhante de forma sutil e verdadeira, sem segundas intenções.
Por todo canto, gosto de esparramar que não deveríamos permitir que morra a criança que um dia fomos. É o melhor que armazenamos dentro de nós. Não que devamos ser pueris e manipuláveis, mas que preservássemos o coração como uma inocência esperta que prefere primeiro confiar que levantar suspeitas inócuas e promover ataques. Gente adulta com coração de criança é a verdadeira evolução do ser humano.
É isso aí!

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