José Luiz
Especial
Participei de
um corpo de jurados em um concurso promovido pela Apae. Lendo os textos, mesmo
que escrita de forma simples, uma redação me emocionou. Tratava-se de uma
criança se dirigindo a um imaginário coleguinha com deficiência para que não
ficasse triste e que o mesmo tinha plenas condições em ser feliz. Dizia ainda
que todos tinham características próprias e diferentes entre si. Ele, por
exemplo, sonhava em ser jogador de futebol, porém se via impedido por não
conseguir dar uma volta sequer numa quadra de esportes, pois ficava sem fôlego:
havia nascido com um problema cardíaco e não podia realizar atividades físicas
de forma muito intensa. Percebi que não queria transmitir que seu problema era
maior que todos, mas, em outras palavras, gostaria que o amigo soubesse que
cada pessoa era detentora de sua deficiência particular e que nenhum ser possuía
a faculdade singular da perfeição. Havia jeito de encontrar o próprio meio de
ser feliz.
Um menino de 10
anos com tamanha sensibilidade e espírito solidário levava conforto a um colega
intitulado especial. Tocou-me o fato da criança querer expor ao outro suas coincidentes
particularidades especiais para confortá-lo e trazer alento. Aprendemos muito
com as crianças. Na sua pureza de intenção, ensina-nos a verdadeira partilha,
como sair de nosso mundo egoísta e cheio de farpas para encontrar-se com o
semelhante de forma sutil e verdadeira, sem segundas intenções.
Por todo canto,
gosto de esparramar que não deveríamos permitir que morra a criança que um dia
fomos. É o melhor que armazenamos dentro de nós. Não que devamos ser pueris e
manipuláveis, mas que preservássemos o coração como uma inocência esperta que
prefere primeiro confiar que levantar suspeitas inócuas e promover ataques. Gente
adulta com coração de criança é a verdadeira evolução do ser humano.
É isso aí!
0 comentários:
Postar um comentário